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Brasil/ política

Em Paris, Marina Silva diz que governo e opositores usam crise para se promover

A ex-candidata do PSB à presidência Marina Silva afirmou, na tarde desta terça-feira (21), em Paris, que acompanha a crise política no governo brasileiro “com muita preocupação”. Ela acusou setores do próprio governo e da oposição de tentarem se promover em meio às turbulência na base aliada da presidente Dilma Rousseff.

Marina Silva foi uma das participantes da cúpula Consciências para o Clima, promovida pelo presidente francês, François Hollande.
Marina Silva foi uma das participantes da cúpula Consciências para o Clima, promovida pelo presidente francês, François Hollande. twimg.com/ C Guinebretière ‏@CGuinebretiere
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Questionada sobre o que tem achado da postura do PMDB, após o rompimento unilateral do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com o governo, Marina evitou falar do partido especificamente. “Eu acompanho com muita preocupação e muito senso de responsabilidade. Nesse momento, é fundamental olhar para crise e tentar resolvê-la no mérito, e não usar a crise para tirar proveito para grupos ou pessoas”, afirmou. “Infelizmente, é o que está acontecendo por parte do governo, da sua base, e por parte de um setor da oposição.”

Marina tem se mantido discreta sobre a crise entre o PT e o PMDB. Ela observou que o “Brasil vive momento dramático” na economia, com o retorno da inflação e do desemprego, o aumento de juros e a recessão.

“A minha maior preocupação é que uma parte do governo está mais preocupada em recuperar popularidade do que em ter medidas efetivas que levem à confiança e a credibilidade, para que o país volte a crescer”, avaliou, em entrevista à RFI Brasil, à margem da conferência Consciências sobre o Clima, da qual era participante.

Combate à corrupção

A ambientalista ressaltou que, apesar do momento econômico delicado, não se pode relaxar na luta contra a corrupção. “Eu acho que todo mundo deveria dar apoio ao combate incisivo à corrupção, à ação da Justiça, do Ministério Público, da Polícia Federal, do Tribunal de Contas, para que façam as investigações com independência e todo o rigor, sem serem prejudicados, para que possamos buscar saídas para que o Brasil faça essa transição difícil que está vivendo.”

A ex-candidata à presidência, que ficou em terceiro lugar nas eleições do ano passado, também cobrou uma posição ambiciosa do Brasil nas negociações climáticas que antecedem a Conferência do Clima de Paris (COP-21). Marina lembrou que os índices de desmatamento voltaram a subir.

“Um país como o Brasil, que é uma potência ambiental, não pode deixar de ter uma ação de liderança no debate. Obviamente, espera-se do Brasil que lidere pelo exemplo.” Para ela, o principal desafio ambiental do Brasil é reduzir o desmatamento provocado pela indústria e pelo setor energético.

 

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