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Dilma Rousseff/EUA

Dilma e Obama retomam relação bilateral e anunciam acordos na Casa Branca

Em um clima de simpatia e solidariedade, na sala superlotada de jornalistas americanos e brasileiros, os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama fizeram na terça-feira (30) uma declaração conjunta no final de sua reunião de trabalho no Salão Oval da Casa Branca, anunciando medidas importantes e ressaltando a relevância de sua relação bilateral.  

Presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama no Salão Oval da Casa Branca em 30 de junho de 2015.
Presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama no Salão Oval da Casa Branca em 30 de junho de 2015. Reuters
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Como era esperado, o comunicado sobre as questões climáticas do Brasil e dos Estados estabeleceu metas fundamentais para a redução de gases de efeito estufa e a preservação da Floresta Amazônica. O compromisso vai ser apresentado na Conferência do Clima da ONU em Paris, a COP 21, no final de 2015.

O Brasil quer zerar o desmatamento ilegal até 2030 e reflorestar 12 mil hectares. Os dois países se comprometeram a atingir , individualmente, 20% de fontes renováveis até o mesmo ano. Estados Unidos também se comprometeram a reduzir, até 2025, entre 26% e 28% as emissões de carbono em relação a 2005.

Para brasileiros, Global Entry e Previdência

Dois acordos beneficiam diretamente os brasileiros.

O primeiro é a adoção do Global Entry até a primeira metade de 2016. Ttrata-se de um programa  que facilita a entrada nos Estados Unidos de viajantes frequentes como, por exemplo, empresários, que assim não precisam passar pelas filas de imigração. Os governos continuam trabalhando no intuito de suspender vistos entre os dois países.

Outro anúncio relevante foi o acordo de Previdência Social, que permite a soma do tempo de contribuição dos profissionais que trabalham no Brasil e nos Estados Unidos. A iniciativa vai gerar uma economia de mais de US$ 900 milhões para as empresas brasileiras e americanas, que deixarão de pagar a dupla tributação. Atualmente, mais de 1 milhão de brasileiros trabalham nos Estados Unidos.

Facilitar o comércio para atrair investidores

Diversos acordos também foram anunciados e o Brasil tenta atender à demanda principal dos investidores estrangeiros:desemperrar a burocracia. Estes são os principais avanços:

- Acordo de cooperação regulatória: faz com que um país reconheça as regras do outro, desentravando o fluxo para comércio e investimentos.

- Registro de patentes: permite que uma nação utilize os estudos da outra no registro de patentes, o que evitaria a duplicidade de trabalho dos escritórios dos dois lados.

- Facilitação do comércio: abre caminho para a reforma das práticas aduaneiras globais e o aumento da transparência e da previsibilidade no comércio e na realização de negócios.

No setor da Defesa foram assinados acordos para enriquecer a parceria tecnologica e a troca de informações.

“Não contratei nem demiti ministro pela imprensa”

Durante a coletiva, Dilma respondeu à pergunta de um jornalista brasileiro se iria demitir os ministros Aloisio Mercadante, da Casa Civil, e Edinho Silva, da Comunicação Social, acusados de terem recebido da construtora UTC, de Ricardo Pessoa, dinheiro ilegal para a campanha presidencial de 2014. Os nomes dos ministros fazem parte de uma lista de 18 pessoas citadas pelo empreiteiro, que assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público.

Firme, mas serena, Dilma disse que “ a minha prática é dizer que eu não contratei ministro nem demiti ministro pela imprensa” e argumentou ter o maior respeito pelo direito de de defesa: “Quem prova que a pessoa é culpada é quem acusa”, ela disse.

Laços reatados

Durante a coletiva de imprensa na Casa Branca, a atitude amistosa e de respeito mútuo, assim como os elogios recíprocos, deixaram clara a determinação dos dois presidentes de retomar um caminho de cooperação econômica e política.

Obama apoiou claramente a ofensiva econômica de Dilma nos Estados Unidos, elogiando o Brasil como líder global, e não regional, além de exaltar as possibilidades que o país oferece e sua multiplicidade de recursos.

Obama nos Jogos Olímpicos no Rio

Dilma convidou Obama para ir aos Jogos Olímpicos de 2016, depois de lhe oferecer um moleton verde e amarelo. Obama brincou e disse que não vai usar o casaco em público e, sorrindo, afirmou que vai aceitar o convite.

Depois da Casa Branca, Dilma foi a convidada do vice-presidente Joe Biden para um almoço para 200 pessoas no Departamento de Estado.Em seguida, ela encerrou a 3ª Cúpula de Negócios Brasil-Estados Unidos na Câmara Americana de Comércio, com um discurso em que apresentou as vantagens de se investir hoje no Brasil.

Dilma partiu na mesma noite para São Francisco, última etapa do seu giro americano.

 

 

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