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Encontro de Obama e Dilma na Casa Branca deve ser mais econômico que político

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Nesta terça-feira, 30 de junho, Brasil e Estados Unidos entram uma nova etapa nas relações, com o encontro dos seus presidentes, Dilma Rousseff e Barack Obama, na Casa Branca, em Washington. A crise diplomática causada pela espionagem americana em 2013, que fez com que a presidente cancelasse sua viagem de Estado ao país, é mesmo assunto encerrado.  

Presidenta Dilma Rousseff durante encontro bilateral com o Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama. Panamá, 11/04/2015.
Presidenta Dilma Rousseff durante encontro bilateral com o Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama. Panamá, 11/04/2015. Roberto Stuckert Filho/PR
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De olho no futuro e na necessária retomada econômica, o interesse brasileiro agora é virar a página para reforçar as parcerias e buscar investimentos, como confirma o diplomata Rubens Barbosa, embaixador do Brasil em Washington entre 1999 e 2004. "Eu acho que houve uma mudança de posição e a presidente resolveu dar por superado este incidente e retomar uma relação normal com os Estados Unidos depois de três anos em que a gente perdeu muito tempo nessa relação. Eu acho que a razão da suspensão da visita {as escutas telefônicas] desapareceu", afirma.

O que o Brasil perdeu?

Para Rubens Barbosa, o que deixou de acontecer nestes anos de frieza diplomática foi a suspensão dos contatos regulares de alto nível entre presidentes e autoridades dos dois países. "Houve visitas em nível mais baixo, não se interrompeu o fluxo de comunicação, nem se interrompeu o grande contato, em nível pessoal, que existe entre as instituições brasileiras de Direitos Humanos e Meio Ambiente com as instituições americanas", observa Barbosa, acrescentando que o fluxo de turismo também continua crescente com os Estados Unidos.

"O que o Brasil perdeu foi oportunidade de negociar, de aproximar empresas interessadas em buscar tecnologia e inovação, que são o forte da economia americana, aí, perdemos três, quatro anos, nessa área", diz o embaixador.

PT e relações bilaterais

Rubens Barbosa considera que, no seu primeiro mandato, a presidente Dilma sinalizou que queria seguir o seu próprio caminho em alguns pontos de política externa, inverso ao do ex-presidente Lula da Silva, e um deles era uma aproximação maior com os Estados Unidos. "O Obama esteve no Brasil em março de 2011, o comunicado conjunto abriu ampliação de diálogos e contratos, e também na área de Direitos Humanos, em que ela tinha prometido mudar de posição. Com a espionagem americana, essa intenção ficou para trás", diz o diplomata, esperando que desta vez as restrições que o PT tem em relação aos Estados Unidos não interfiram mais uma vez na intenção da presidente de fazer uma aproximação comercial com os Estados Unidos.

Expectativas da visita

Rubens Barbosa considera a visita de Dilma a Obama mais simbólica: "Pelo que estou acompanhando não há nada de muito importante. Há alguns acordos, declarações na área do clima que podem ser importantes, há intenção de acordo de facilitaçao de comércio com os Estados Unidos, são coisas importantes mas não são coisas que vão causar uma mudança de posição, nem do Brasil nem dos Estados Unidos. Vai haver avanços, mas não avanços dramáticos. Vai ser uma visita mais com cunho econômico, comercial, do que de significação política", conclui.

Afastada a crise bilateral, esta viagem da presidente brasileira é vista por Barack Obama como uma oportunidade não somente para aprofundarem discussões como também elaborarem planos concretos para cooperação. Uma declaração que comprova que os esforços para a relação se recompor na alta esfera presidencial estão sendo bem sucedidos.

 

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