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Brasil/Carnaval

Guiné Equatorial considera “ridículo” artigo acusando país de financiar Beija Flor

O governo da Guiné Equatorial negou, através de um comunicado divulgado nesta quinta-feira (19), ter oferecido qualquer ajuda financeira à escola de samba Beija-Flor, campeã do carnaval do Rio de Janeiro com um enredo em homenagem ao país africano comandado há 37 anos pelo presidente Obiang Nguema Mbasogo. No documento, o porta-voz do governo afirma que a iniciativa de dedicar o enredo à Guiné Equatorial partiu das empresas brasileiras que trabalham no país.

Desfile da Beija-Flor, grande campeã do Carnaval do Rio 2015, em foto de 17 de fevereiro de 2015.
Desfile da Beija-Flor, grande campeã do Carnaval do Rio 2015, em foto de 17 de fevereiro de 2015. REUTERS/Ricardo Moraes
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A polêmica sobre a suposta ajuda financeira do governo da Guiné Equatorial à Beija Flor ganhou repercussão mundial e vários jornais e agências de imprensa reproduziram a informação do jornal O Globo de que o país teria injetado R$ 10 milhões para a escola de samba de Nilópolis.

A reportagem do jornal americano The Wall Street Journal (WSJ) chegou a publicar uma foto identificando o presidente Teodoro Obiang Nguema em um camarote VIP do Sambódromo prestigiando o desfile da Beija Flor.

O comunicado do governo da Guiné Equatorial, assinado pelo ministro das Comunicações Teobaldo Nchaso Matomba, esclareceu que o jornal publicou uma informação falsa porque no dia do desfile o presidente da Guiné Equatorial estava participando, em Yaundé (República dos Camarões), de uma reunião de combate ao grupo ultrarradical Boko Haram.

Em outro comunicado, o Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), fundado pelo presidente Obiang Nguema Mbasogo, tratou de “ridícula” a reportagem do WSJ, ironizando o jornal americano e a renomada agência Associated Press que teriam conseguido o “impossível”, ou seja, fazer o presidente aparecer em dois lugares ao mesmo tempo.

A nota do PDGE informa que o diário americano confundiu o presidente Obiang com um membro da delegação do país que participou de um trabalho conjunto do Balé Nacional Ceiba da Guiné Equatorial com a escola de samba Beija Flor.

Contribuição com material e informação

Os dois comunicados afirmam ainda que o governo da Guiné Equatorial apenas contribuiu com material e informações para a escola de samba carioca. “A própria escola Beija Flor negou ter recebido o financiamento milionário informado pelos meios de comunicação, sem provas nem documentação”, disse a nota do PDGE.

Já o jornal de oposição Rombe publicou uma reportagem ilustrada com uma foto do segundo vice-presidente da Guiné Equatorial encarregado da Defesa e Segurança do Estado, Teodoro Nguema Obiang Mangue, em um dos camarotes do Sambódromo.

Segundo o artigo, o filho do presidente Obiang esteve no carnaval do Rio de Janeiro acompanhado de uma comitiva de 30 membros, entre eles empresários, amigos e membros do governo. Todos se hospedaram “no hotel mais famoso do Rio de Janeiro” e os gastos serão pagos pelos contribuintes do país, diz o jornal Rombe.
 

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