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Brasil/Corrupção

Imprensa francesa repercute renúncia da direção da Petrobras

Mal foi anunciada no Brasil, a renúncia da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de toda a direção da multinacional brasileira do petróleo, já era destaque nos sites dos principais jornais franceses desta quarta-feira (4). Todos os artigos assinalam que Graça Foster é uma amiga fiel da presidente Dilma Rousseff e teve que pedir demissão, fragilizada pelo vasto escândalo de corrupção na Petrobras.

A ex- presidente da Petrobras, Graça Foster.
A ex- presidente da Petrobras, Graça Foster. Fernando Frazão/ Agência Brasil
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As melhores análises sobre a demissão coletiva da direção da Petrobras foram publicadas pelo Le Monde e pelos Les Echos que vêm acompanhando o escândalo de corrupção na gigante brasileira do petróleo.

O correspondente do jornal econômico em São Paulo, Thierry Ogier, começa dizendo que a Petrobras, “atolada em um escândalo de corrupção sem precedentes, vive um momento de grande agitação”. Les Echos informa que toda a direção será substituída, como sugeriu o procurador-geral da República. A renúncia de Graça Foster já era esperada desde terça-feira (3) e a Bolsa de São Paulo não esperou a confirmação oficial da notícia para valorizar, em 15%, as ações da empresa estatal.

Foster, que tem uma reputação de dama de ferro, comandava a Petrobras há dois anos, mas não conseguiu “conter a crise que atormenta a estatal, após a revelação do escândalo de superfaturamento e desvio de dinheiro”, aponta o jornal. Les Echos indica que o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teria sido encarregado de encontrar o candidato ideal para substituir Foster. Vários nomes circulam, mas o essencial é “tranqulizar os mercados. Depois de Moody’s, a agência Fitch também rebaixou a nota da Petrobras”, diz o artigo.

"Muito grande para morrer"

Além de informar a demissão da direção da Petrobras, Le Monde revela que os novos diretores serão nomeados na próxima sexta-feira (6). O vespertino aproveita a notícia para falar novamente do caso, que envolve 39 empresários e ex-diretores, e que se transformou em um “verdadeiro escândalo de Estado” e coloca em risco a economia do país.

O correspondente Nicolas Bourcier diz que a questão agora é saber como a Petrobras irá sobreviver. Os mais otimistas garantem que a empresa é “muito grande para morrer”, mas Le Monde tem dúvidas e levanta os riscos de um desmantelamento ou de uma divisão de atividades visando uma privatização parcial. A Bolsa de Nova York não descarta a suspensão das ações da Petrobras, garante o jornal.

A revista Challenges também publica um longo artigo sobre a demissão da direção da Petrobras e sobre a operação Lava-Jato. O texto diz que a presidente Dilma Rousseff não reagiu imediatamente à renúncia de Graça Foster, mas teria decidido substituir a amiga “depois de ter sido convencida que a manutenção dela no cargo era insustentável”.

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