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Brasil/Mundo

Número de jornalistas mortos no Brasil recua em 2014, segundo a RSF

O Brasil registra progressos no balanço de 2014 sobre a violência contra jornalistas, segundo levantamento da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O balanço anual da entidade, publicado nesta terça-feira (16), em Paris, indica que dois profissionais brasileiros foram assassinados este ano, no exercício da profissão, contra cinco casos em 2013.

Ilustração do relatório anual sobre a violência contra jornalistas publicado pela Repórteres Sem Fronteiras.
Ilustração do relatório anual sobre a violência contra jornalistas publicado pela Repórteres Sem Fronteiras. http://es.rsf.org/balance-2014
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Os brasileiros mortos listados pela RSF são o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, e Pedro Palma, diretor do jornal Panorama Regional, distribuído no interior do Rio. Andrade foi atingido por uma bomba caseira quando cobria um protesto, em fevereiro, no Rio de Janeiro. Na mesma época, Palma foi abatido a tiros na porta de sua casa, na cidade fluminense de Miguel Pereira. Ele investigava casos de corrupção envolvendo prefeituras da região. 

No mundo, 66 jornalistas foram assassinados em 2014 − 7% a menos do que no ano passado −, de acordo com a RSF. Mas a entidade adverte para um aumento expressivo dos sequestros de jornalistas, que cresceram 37% em um ano.

Em 2014, a Síria continuou sendo o país do mundo com o maior número de jornalistas assassinados - 15 profissionais -, seguida no ranking da RSF pela Faixa de Gaza (7 assassinatos), o leste da Ucrânia (6), o Iraque (4) e a Líbia (4). A maior parte dos assassinatos aconteceu em zonas de conflito.

Apesar do número de mortes ter diminuído, a RSF denuncia uma mudança no tipo de violência sofrida pelos profissionais do setor, "com assassinatos cada vez mais bárbaros". "Repórteres têm sido 'instrumentalizados' na propaganda de grupos extremistas, vítimas de ameaças e decapitações filmadas", diz o relatório.

A RSF cita os casos do cinegrafista iraquiano Raad Mohamed al-Azaoui e dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sottloff, mortos pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico, no Iraque e na Síria. Al-Azaoui, que trabalhava para o canal de TV Sama Salah Aldee, foi assassinado em praça pública na cidade iraquiana de Samarra, em outubro, ao lado do irmão e de outras duas pessoas. As decapitações de Foley e Sotloff, na Síria, foram filmadas e postadas na internet pelos jihadistas. 

Aumento dos sequestros

Os sequestros de jornalistas deram um salto em 2014, com um aumento de 37% das ocorrências. Foram 119 casos este ano, contra 87 em 2013. Ucrânia, Líbia, Síria, Iraque e México, pela ordem, registraram o maior número de jornalistas sequestrados. Na lista de zonas mais perigosas para o exercício da profissão aparecem, pela ordem, Iraque, Síria, Líbia, Paquistão e Colômbia.

Os dados sobre a violência contra jornalistas são eloquentes: além dos asassinatos e sequestros, 853 jornalistas foram presos em 2014, 1.846 ameaçados ou agredidos e 130 precisaram se exilar, de acordo com o balanço da RSF.

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