Em primeira entrevista, Dilma promete "mudanças e reformas" exigidas pelas urnas
Na sua primeira entrevista depois de ser reeleita, Dilma Rousseff disse que entendeu o recado das urnas. Ela voltou a defender a necessidade de dialogar com todos. "A partir de agora, o clima é de construção de pontes", disse a presidente em entrevista à Rede Record na noite desta segunda-feira (27).
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Da enviada especial da RFI ao Rio de Janeiro
Dilma Rousseff concedeu uma entrevista à Rede Record na qual afirmou que ouviu a voz das urnas na eleição mais acirrada desde 1989. "Acredito que uma eleição é sempre um recado de mudança. Agora é a hora de todos nos unirmos em torno de um futuro melhor no Brasil. O recado das urnas é esse”, declarou.
A presidente reeleita voltou a insistir que o Brasil não saiu do segundo turno dividido. "União não é unidade perfeita de ideias, mas é a possibilidade de fazer uma ponte para que nosso país cresça, mantenha um nível baixo de desemprego e combata efetivamente a inflação".
Bolsas em queda
Nesta segunda-feira, o Ibovespa acordou de ressaca. E, no meio da tarde, o pregão chegou a cair mais de 6%. As ações do Banco do Brasil, da Petrobras e da Eletrobras foram as mais penalizadas. Dilma minimizou a tensão: "O mercado vai se acalmar", sentenciou.
Quanto à necessidade de um "choque de credibilidade" para satisfazer os mercados, a exemplo do que o ex-presidente Lula fez no começo do seu primeiro mandato, a presidente reeleita enfatizou que "a situação é completamente diferente". Em tom firme, declarou : "Mudanças serão feitas, mas não vamos copiar o que foi feito em 2002 e 2003".
Novo ministério
Nas bolsas de apostas dos analistas, Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo da Fazenda, é um dos nomes cotados para substituir Guido Mantega no comando da economia. Outros nomes também circularam. Dilma, porém, desconversou. "No tempo exato, darei o nome de todos os meus ministros. Governo novo. Ideias novas", insistiu.
Petrobras
Sobre o futuro da investigação da Petrobras, Dilma mostrou firmeza: "Eu vou investigar, vou me empenhar. Não vai ficar pedra sobre pedra. Quero que fique claro quem são os responsáveis. Doa a quem doer".
Depois da intensa maratona da campanha eleitoral que levou Dilma Rousseff a percorrer 47 cidades em 16 Estados ao longo de quatro meses, a presidente deve viajar para uma base naval do Nordeste para descansar até o final da semana.
Promessa de mudanças também no Jornal Nacional
Dilma Rousseff também deu uma entrevista ao Jornal Nacional na Rede Globo, onde repetiu o mesmo discurso de mudança. "Externei ontem [domingo, 26] que não ia esperar a conclusão do primeiro mandato para iniciar todas as ações, no sentido de transformar e melhorar o crescimento da nossa economia. Eu vou abrir o diálogo com todos os segmentos. Quero dialogar com setores empresariais, financeiro, com o mercado, para discutir quais são os caminhos do Brasil. Pretendo colocar de forma muito clara as medidas que vou tomar. Agora, não é hoje. Antes do final do ano. Vou fazer neste mês que se inicia na próxima semana", disse.
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