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Greve/Brasil

Manutenção da greve dos metroviários mergulha São Paulo no caos, diz imprensa francesa

A imprensa francesa mostra preocupação com a queda-de-braço entre a Justiça, o governo e os sindicalistas que tem, como consequência, mais um dia de greve do metrô de São Paulo. A três dias do início do Mundial, a paralisação dos metroviários deve mergulhar a cidade em mais um dia de caos.

Manifestantes e policiais se enfrentam em mais um dia de greve dos metroviários em São Paulo.
Manifestantes e policiais se enfrentam em mais um dia de greve dos metroviários em São Paulo. REUTERS/Damir Sagolj
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Apesar de considerada "ilegal" pela Justiça e "abusiva" pelo governador Geraldo Alckmin, a greve dos metroviários de São Paulo foi mantida. A notícia do novo dia de paralisação e os seus desdobramentos são destaque da mídia francesa desta segunda-feira (9).

O jornal Libération chegou a colocar o assunto na manchete da sua versão eletrônica nesta manhã. A reportagem traz o depoimento de um dos grevistas, um jovem de 28 anos formado em Ciências Sociais. Felipe Guarnieri declara ao jornal que escolheu trabalhar no metrô por acreditar na mobilização política dos trabalhadores da empresa. Atualmente representante sindical da estação Santa Cruz, Felipe Guarnieri afirma que o trabalho dos metroviários é duro e argumenta que a categoria também quer um tratamento "padrão Fifa".

"Queremos ao menos 10% de aumento que, para nós, é um patamar simbólico", disse ao jornal o sindicalista. Mas, na sua avaliação, "o salário não é tudo". Os metroviários também querem um plano de carreira e estão determinados a lutar por suas reivindicações. "O mundo inteiro está nos observando. Se não encontrarmos uma solução, estamos dispostos a continuar. Mesmo durante os dias de jogo", diz o sindicalista.

São Paulo mergulha no caos

Nos outros jornais, as reportagens destacam o caos que a paralisação provoca no cotidiano dos paulistanos. O site do jornal Le Monde, por exemplo, descreve São Paulo como uma cidade onde, diariamente, os habitantes têm que lidar com um trânsito caótico.

A mídia também se questiona sobre o impacto da greve para os milhares de turistas que já estão na cidade ou que vão chegar nos próximos dias. O movimento dos metroviários "ameaça de perturbar seriamente o acesso à Arena Corinthians onde será disputado o jogo de abertura entre o Brasil e a Croácia diante de 60 mil torcedores, da presidente Dilma Rousseff e de 11 chefes de Estado", diz a versão eletrônica do Le Monde.

As imagens da população chegando em estações fechadas e a ação da polícia contra os manifestantes também são destaques nas redes de televisão que lembram que o metrô é o meio de transporte “mais prático para chegar à Arena Corinthians, palco da estreia da seleção brasileira no Mundial.

O aspecto político da greve não é esquecido. No final de semana, a imprensa já havia noticiado que, em um ano eleitoral, a chegada do Mundial é um momento propício para pressionar as autoridades. As declarações de Dilma Rousseff também foram citadas. Para a presidente, a greve é “uma campanha sistemática para denegrir o governo e a Copa do Mundo” e esse movimento tem apenas uma finalidade “eleitoreira”.
 

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