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Brasil/ Copa

Para Le Monde, estádios elefantes brancos são como “fantasmas da ópera”

Os quatro estádios que correm o risco de se tornarem “elefantes brancos” após a Copa do Mundo no Brasil são “estanhos fantasmas da ópera, em pleno país do futebol”. A avaliação é do jornal francês Le Monde, que publicou nesta segunda-feira uma reportagem sobre a inauguração da Arena da Amazônia, ocorrida no domingo, em Manaus.

Arena da Amazônia, estádio de Manaus para Copa, depois de 4 anos de obras foi inaugurada neste domingo, 9 de março.
Arena da Amazônia, estádio de Manaus para Copa, depois de 4 anos de obras foi inaugurada neste domingo, 9 de março. REUTERS/Bruno Kelly
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No texto, o correspondente do diário no Brasil comenta que o estádio em plena Amazônia é “talvez o mais bonito de todos” os construídos ou reformados no país para o Mundial de futebol. “Grande, majestoso, o estádio se insere no coração dessa cidade agitada e volúvel como se sempre tivesse feito parte do seu ambiente”, afirma Nicolas Bourcier.

Apesar das qualidades técnicas e estéticas, entretanto, o alto custo para a construção do local – 669 milhões de reais – causa polêmica em uma cidade onde “talvez mais do que em outras, as infraestruturas de base são deficientes, os estabelecimentos escolares e de saúde são de fraquíssima qualidade”. O jornal lembra que apenas quatro jogos da Copa serão disputados na Arena da Amazônia, e ainda não há definições sobre o que será feito do estabelecimento após as competições.

“Nenhuma competição ou evento digno deste nome está previsto para encher as arquibancadas novinhas”, afirma o texto. Apenas uma coisa é certa: o local será administrado por um consórcio privado, embora tenha sido erguido com verbas públicas.

Falta de público

A reportagem lembra que “é preciso voltar em 1969 para ver 23 mil pessoas, um recorde, lotar as tribunas do estádio Ismael Benigno”. O normal, ressalta, é que em torno de 2 mil torcedores se mobilizem para os jogos que acontecem na cidade – número bastante distante dos 44 mil lugares disponíveis na Arena da Amazônia.

Le Monde ainda recorda o caso da África do Sul, onde outros elefantes brancos foram erguidos e hoje “penam a receber um grande público”: viraram “catedrais para esportistas sem espectadores”, compara o jornal francês. No Brasil, este risco assombra ainda outros três estádios: a Arena Pantanal, em Cuiabá, a Arena das Dunas, em Natal, e o estádio Mane Garrincha, na capital federal.

Os quatro precisarão de uma dose de “criatividade” e de “boa vontade” para atrair público, com “espaços dedicados ao comércio, bancos, congresso e shows”, ressalta o diário, citando o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin.
 

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