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Brasil/Trabalho

Brasil tem escassez histórica de domésticas, diz Le Figaro

O suplemento econômico do jornal conservador francês Le Figaro desta terça-feira, 19 de fevereiro de 2013, traz um grande artigo sobre a falta histórica de mão de obra doméstica no Brasil. Diante de melhores perspectivas de emprego, 500 mil pessoas abandonaram a profissão nos últimos anos. “Um drama” para a classe média brasileira, ressalta o jornal.

A falta de empregadas domésticas no mercado brasileiro é destaque do Le Figaro desta terça-feira, 19 de fevereiro de 2013.
A falta de empregadas domésticas no mercado brasileiro é destaque do Le Figaro desta terça-feira, 19 de fevereiro de 2013. le figaro
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O artigo começa contando a história de Maria Neide Ferreira que depois de 18 anos trabalhando como doméstica no Rio de Janeiro voltou para sua cidade natal, Farjota, no Ceará. Maria lembra chorando que teve que abandonar sua terra aos 20 anos para fugir da miséria, mas agora as coisas mudaram e na minha cidade também tem emprego. Para o Le Figaro, o Nordeste ilustra de maneira espetacular a transformação da economia brasileira na última década. Um coquetel composto por programas de transferência de renda, alta do salário mínimo e o aumento do consumo interno tirou da miséria quase 50 milhões de brasileiro, explica o jornal.

Apesar do pequeno crescimento econômico registrado nos dois últimos anos, o desemprego no Brasil atingiu sua menor taxa desde 2003, propondo novas chances de trabalho às domésticas. O fenômeno é ainda mais evidente entre os mais jovens que tiveram mais acesso à educação. Em dez anos, a proporção de jovens entre 18 a 24 anos no setor caiu de 22% para 11%.

O Brasil continua sendo o campeão mundial do trabalho doméstico, com 6,7 milhões de pessoas trabalhando como faxineira, babá, cozinheira, jardineiro ou motorista. Mas pela primeira vez na história o setor perdeu 500 mil trabalhadores nos últimos dois anos, reduzindo para 15% a percentagem de mulheres ativas que trabalham como domésticas.

Ao mesmo tempo, aumenta a demanda da classe média, que também melhora de vida, por empregadas. A escassez da mão de obra provocou um aumento muito maior dos salários das domésticas do que dos outros trabalhadores. Mas nem isso torna o setor atrativo. As domésticas também abandonam uma relação hierárquica herdada da escravidão, analisa o Le Figaro que aconselha os brasileiros, citando o ministro da Fazenda Guido Mantega, “a aprender a viver sem empregada”.
 

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