Chocolate, o grande retorno às origens

Um retorno ao gosto original do cacau, esse é o desafio da 18ª edição Salão do Chocolate, em Paris. O evento, que reúne grandes marcas, confeitarias de chefes estrelados e bombons caseiros, abre as portas no dia 31 de outubro até o 4 de novembro, no Parque de Exposições da cidade.

O Brasil tem ampliado sua produção de cacau nos últimos cinco anos. © AFP

Diante da crescente utilização em alguns países produtores de um cacaueiro hibrido, o CCN 51, clone capaz de dobrar a capacidade produtiva dessa planta tropical que prefere a sombra e solos profundos, amantes da gastronomia defendem o retorno às origens em busca do sabor.

O objetivo é valorizar a grande diversidade de regiões produtoras, como a Venezuela, México, Peru, Madagascar, Costa do Marfim, Indonésia e Brasil. Cada uma com suas nuances gustativas, fruto de todos os fatores que interferem diretamente na qualidade do fruto, como as condições climáticas, a água, a terra e os métodos de plantio e colheita.

Bem representado no salão parisiense, o Brasil tem ampliado sua produção nos últimos cinco anos. O país produziu, no período de 2011 a 2012, 183 mil toneladas de cacau, a maior parte vinda do estado da Bahia.

"Nós pouco a pouco abandonamos a ideia de que as três variedades botânicas – o criollo, que produz um cacau fino e delicado, o foresteiro, que representa 90% da população mundial e o trinitário, bastante aromático, como o Nacional do Equador - seriam suficientes para estabelecer uma classificação válida", avalia Stéphane Bonnat, representante das chocolatarias dentro da Organização Mundial do Cacao, em entrevista ao jornal francês Le Monde.

Para obter os melhores frutos, algumas marcas chegam a pagar 10 vezes mais que o valor de mercado ao produtor para garantir a excelência do cacau cultivado, e consequentemente, do produto final, o chocolate.