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Brasil/Comércio

Brasil e Argentina dispostos a solucionar conflito comercial

Brasil e Argentina inauguram a etapa de negociação para uma solução ao conflito que já afeta mais da metade do comércio bilateral. A ministra argentina da Indústria, Débora Giorgi, e o Embaixador brasileiro em Buenos Aires, Ênio Cordeiro, tiveram a primeira reunião na terça-feira. Na queda-de-braço, os dois países pedem gestos mútuos de boa vontade até uma nova reunião na semana que vem. Nos dois lados da fronteira, acumulam-se mercadorias.

Montadoras argentinas criticam medidas de importação brasileiras‎
Montadoras argentinas criticam medidas de importação brasileiras‎ Reuters
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De Márcio Resende, correspondente da RFI, em Buenos Aires,

Na reunião que teve como finalidade traçar um roteiro para sair do conflito comercial, a Argentina pediu que o governo brasileiro tenha um gesto de boa vontade quanto aos cerca de 3.500 automóveis argentinos presos na fronteira com o Brasil. O Embaixador brasileiro em Buenos Aires, Ênio Cordeiro, contou qual foi a principal reivindicação da ministra argentina da Indústria, Débora Giorgi.

“É de que o lado brasileiro faça um gesto de boa vontade e que possa liberar parte pelo menos ou programar uma liberação daquilo que está na fronteira ou que está embarcado”, revelou Cordeiro.

O embaixador respondeu que um gesto do Brasil deveria vir acompanhado de reciprocidade do governo argentino nos setores com mercadorias brasileiras presas há meses na Alfândega argentina.

“Eu acho que as medidas devem ser recíprocas. Insisti também que da parte deles dever haver. Eu mencionei pneus baterias e calçados. Eles vão olhar como está a situação dessas licenças e farão o dever de casa deles também para dar uma reciprocidade aos gestos do nosso lado”, indicou.

A inquietação do governo brasileiro com o conflito comercial é tanta que o Embaixador aqui em Buenos Aires precisou interromper três vezes a entrevista com os jornalistas para atender de Brasília o ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, Fernando Pimentel.

Os dois governos tentam avançar numa reunião entre os secretários de Indústria e Comércio de ambos os países. Essa reunião ainda sem data deve acontecer na semana que vem aqui em Buenos Aires ou na cidade brasileira de Foz do Iguaçu, fronteira com a Argentina.

“O que nós precisamos é o reestabelecimento do diálogo presencial e isso se está encaminhando. Eu percebi da ministra a preocupação de ver o assunto bem encaminhado”, acredita.

Se as negociações forem bem encaminhadas, o entendimento final será selado pelos Ministros da Indústria e do Comércio daqui a duas semanas.

O governo brasileiro aplicou as licenças não-automáticas à importação de automóveis há uma semana. A medida foi interpretada como uma represália à Argentina, embora o governo brasileiro negue.

Do total da produção de automóveis na Argentina 60% vão para o exterior. NO total dsa vendas, 80% têm como destino o mercado brasileiro.

No Brasil, os carros argentinos representam 53% de todos os importados. O setor automotivo representa 40% do comércio bilateral Brasil-Argentina.

Mas a barreira das licenças não-automáticas já são velhas conhecidas pelos empresários brasileiros que exportam à Argentina. Começaram em 2005 afetando 4% das exportações brasileiras. Atualmente, 24% dos produtos brasileiros sofrem para entrar na Argentina.

 

01:31

Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

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