Brasil sinaliza para mudança de postura em relação aos direitos humanos
A ministra brasileira de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, foi a terceira a discursar na reunião desta segunda-feira do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Ela apresentou a nova visão do governo de Dilma Rousseff sobre o tema, em meio à onda de manifestações no mundo árabe e das violentas repressões por parte de regimes ditatoriais.
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A ministra brasileira dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, defendeu o direito de todo ser humano à liberdade de opinião, de expressão e de escolher seus governantes. Sem se dirigir a um país em especial e sem citar a Líbia, ela afirmou que a crise no Oriente Médio traz um alerta:
"Nenhum governo se sustentará pela força ou pela violência. Nenhuma liderança perdurará em meio à exclusão social, ao desemprego e à pobreza. Nenhum povo suportará em silêncio a violação de seus direitos fundamentais."
Maria do Rosário destacou ainda que os direitos humanos não podem ser usados como ferramentas políticas:
"Questões econômicas e sociais e até mesmo políticas não podem servir de pretexto para a violação dos direitos humanos. Todavia, a proteção destes direitos tampouco pode ser um pretexto para ações unilaterais sem o respaldo da comunidade internacional."
No último sábado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade uma resolução que impõe sanções ao governo da Líbia. O voto do Brasil contra o regime líbio foi considerado uma possível mudança de postura do governo brasileiro em relação aos direitos humanos, pelo porta-voz da ONG internacional Human Rights Watch, Reed Brody.
"Todos os países estavam de acordo e essa unanimidade desde os Estados Unidos até a China fazia com que a posição do Brasil teria que estar na mesma linha. Mas ainda é impressionante que o Brasil tenha decidido mandar o caso da Líbia para o Tribunal Penal Internacional, participando dessa decisão histórica para as Nações Unidas", disse Brody.
Colaboração da repórter Cris Vieira.
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