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Brasil/Argentina

Imprensa argentina destaca promessa de negócios bilaterais feita por Dilma

A visita oficial da presidente Dilma Roussef à Argentina teve forte impacto na imprensa local. Os jornais desta terça-feira comentam as promessas feitas pela líder brasileira de aumentar o volume de compras dos produtos argentinos.

Jornal argentino La Nacion deu destaque à visita de Dilma na primeira página de sua edição desta terça-feira.
Jornal argentino La Nacion deu destaque à visita de Dilma na primeira página de sua edição desta terça-feira. lanacion.com
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O noticiário destaca a sintonia entre as presidentes Dilma Roussef e Cristina Kirchner, cujo encontro, previsto para durar apenas 30 minutos, ocupou quase duas horas da agenda oficial. As duas chefes de Estado percorreram juntas a Casa Rosada, sede do Governo argentino, como velhas conhecidas, dispostas a fazer do primeiro ano de governo Dilma e do último de Cristina o de maior integração da história entre os dois países.

Os jornais enfocam a promessa feita pelo Brasil de comprar mais produtos argentinos. A informação é baseada em fontes das reuniões realizadas entre os ministros de ambos os governos enquanto as presidentes tinham uma conversa a sós.

O ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio do Brasil, Fernando Pimentel, teria prometido abrir mais o mercado brasileiro à Argentina como uma forma de equilibrar o comércio bilateral. Apesar da valorização do real brasileiro, a Argentina continua a comprar mais do Brasil do que vender. “Cristina Kirchner se queixou à Dilma quanto ao déficit comercial”, pode-se ler na primeira página do jornal El Clarín.

01:49

Marcio Resende de Buenos Aires em colaboração especial para RFI.

O déficit para os argentinos no ano passado chegou a 4 bilhões de dólares. Esse desequilíbrio, aliado a uma perda da competitividade argentina via inflação e via falta de crédito, tem levado a Buenos Aires a impor barreiras aos produtos brasileiros como forma de proteger a sua indústria. Nesse sentido, tanto La Nación quanto El Clarín destacam que o Brasil quer avançar na construção de um foro empresarial permanente, capaz de resolver os conflitos comerciais antes que estourem.

Todos os veículos de comunicação do país exibiram a histórica imagem de Dilma Rousseff e Cristina Kirchner na sacada da Casa Rosada acompanhadas da líder das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, e das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto.

Primeira visita internacional

A imprensa argentina também destacou o fato de a Argentina ter sido escolhida como primeiro destino internacional de Dilma Rousseff. Segundo os jornais locais, essa escolha pode ajudar a amenizar a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de visitar, em março, El Salvador, Brasil e Chile, mas excluir a Argentina. Juntos, os dois países formam o eixo da integração regional. Por isso, a presidente Dilma destacou a relação estratégica, dizendo que “Brasil e Argentina são cruciais para transformar este século XXI no século da América Latina”.

O jornal Página/12, de histórica militância em Direitos Humanos, ressaltou a troca de informação entre a Secretária de Diretos Humanos da Argentina e o governo brasileiro, além do encontro com as Mães e com as Avós da Praça de Maio. Sem citar fontes, o diário diz que “Dilma Rousseff pode reativar as investigações sobre os crimes cometidos durante a ditadura brasileira, um item no qual o Brasil encontra-se atrasado em relação aos países da região”. O jornal diz que o governo argentino acredita nessa possibilidade e que as investigações brasileiras poderiam trazer novidades sobre o paradeiro de desaparecidos argentinos, por meio de informações do chamado Plano Condor, programa que unificou a troca de dados entre os regimes militares de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia para perseguir subversivos que cruzassem as fronteiras.
 

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