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Trio de “brazilectro“ baseado na Holanda lança 9° álbum e faz show em Paris

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A banda holandesa Zuco 103 tem muita história para contar. Formada nos anos 1990 por integrantes originários do Brasil, Holanda e Alemanha, o trio lançou seu nono álbum “Telenova” neste mês e está em turnê pela Europa, com um show marcado em Paris.

Lilian Vieira, vocalista do trio holandês Zuco 103, nos estúdios da RFI.
Lilian Vieira, vocalista do trio holandês Zuco 103, nos estúdios da RFI. © Daniella Franco/RFI
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Daniella Franco, da RFI

A cantora Lilian Vieira, o tecladista Stefan Schmid e o baterista Stefan Kruger se conheceram em 1989, quando eram estudantes no conservatório de Roterdã, no sudoeste da Holanda. Cada um tinha origens e preferências musicais distintas: Lilian é brasileira e apaixonada por samba; Kruger é holandês e sempre se dedicou ao jazz; já Schmid nunca escondeu sua paixão pela música eletrônica.

“Começamos misturando drum and bass com maracatu. A música eletrônica passou a ser um instrumento, não um meio. Todo mundo achava muito estranho. Então não tinha trabalho”, relembra a vocalista, aos risos.

Foi graças a uma demo levada para Nova York por um DJ amigo do trio que Zuco 103 chamou atenção do outro lado do Atlântico. No local estava o produtor musical brasileiro-americano Béco Dranoff, que reconheceu o potencial da banda e a levou para o selo Ziriguiboom.

O resultado foram oito álbuns em vinte anos de carreira pausadas pela pandemia de Covid-19. Para Lilian, esse foi o momento em que o grupo se questionou se estava seguindo pelo bom caminho: “em períodos como esses, os primeiros a perderem o chão são os artistas”.

Se a crise sanitária levou o trio a realizar uma reflexão, ela rendeu também um nono trabalho, um “disco desabafo”, como classifica Lilian. Segundo a vocalista, cada uma das 13 faixas de “Telenova” – álbum produzido pelo selo Six Degrees – trata de diferentes momentos da pandemia.

“A gente fazia as músicas, escrevia, mas a gente lidava com acontecimentos políticos infelizes no Brasil. E tudo isso foi transformando em música. A gente via, doía, virava música”, diz. “É um álbum cheio de dor, de perguntas, mas de esperança também”, resume.

“Brazilectro“, um estilo único

Acid jazz, jungle, breabeat, estilos não faltam para definir a Zuco 103. Para resolver o dilema, Schmid determinou que a melhor forma de classificar o trio era o “brazilectro”.

“É tão complicado explicar um estilo. Geralmente a pessoa é que define o que ela está ouvindo. Na verdade, ‘Brazilectro’ é o nome de uma música instrumental do nosso primeiro disco. Parece que há outras bandas fazendo ‘brazilectro’ também. Eu acho superlegal!”, diz Lilian.

Apesar das diferentes origens e gostos musicais, a vocalista acredita que cada membro trouxe para o grupo o que tem de melhor. No entanto, Lilian não abriu mão do idioma das músicas, sempre interpretadas em português.

“Eu não saberia cantar em outra língua que não fosse a minha. Eu tenho tanto orgulho da minha terra e o samba é uma coisa da minha família”, explica. “Meu pai, sambista, minha mãe cantava também. Isso me faz ficar muito mais perto das minhas raízes. É uma forma de não abrir mão da minha essência”, reitera.

Zuco 103 está em plena turnê europeia, passou por Barcelona, Bilbao e Madri há poucos dias e tem várias datas na Holanda. No próximo 9 de junho o trio se apresenta no Café de la Danse, em Paris. Dia 7 de julho o grupo estará no festival Mittelrhein Musik, na Alemanha.

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