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Romance de franco-brasileira aborda perda de amiga para o câncer e importância de prevenção

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A escritora brasileira radicada na França Mazé Torquato Chotil transita pelos dois países há anos divulgando a sua literatura e a literatura de autores de língua portuguesa. Mazé, que também é jornalista, com doutorado em informação e comunicação, tem vários livros publicados em português e francês. Seu mais novo trabalho, “Na Sombra do Ipé” (Editora Patuá), chegou recentemente às livrarias brasileiras e deve ser traduzido em breve.

Escritora e jornalista Mazé Torquato Chotil lança "Na sombra do Ipé".
Escritora e jornalista Mazé Torquato Chotil lança "Na sombra do Ipé". © RFI/A.Brandão
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Mazé Torquato Chotil tem publicado praticamente um livro por ano, entre romances e ensaios. “Na sombra do Ipê” é o décimo primeiro a ser editado. No romance, ela volta mais uma vez à infância no Mato Grosso do Sul. A escritora, autora do livro Trabalhadores Exilados (1964-1985), compara as quase quatro décadas de vida na França a um exílio.“Não é como o exílio político, mas é um certo exílio, um certo jeito de ser. Então, sim, eu estou sempre voltando. Eu acho que é importante para todo mundo voltar ao passado, aos primeiros anos da vida que são muito fortes”, acredita.

Nessa nova volta ao Mato Grosso do Sul, sua terra natal, a autora reescreve a história de uma amizade e da perda da melhor amiga para o câncer. É um livro de memórias, que navega entre a ficção e a realidade, entre o passado e o presente.

Mazé Torquato, que também teve e superou um câncer de mama, aproveita para falar da doença e da importância da prevenção. “Como acontece, como é tratado aqui e como não foi talvez tratado lá. A gente sabe que os grandes centros brasileiros são bem equipados, mas lugares do interior do país, como Mato Grosso do Sul, são menos equipados. Por exemplo, onde ela morava, onde eu nasci, fica a 70 km de um hospital com gente especializada no tratamento de câncer”, conta.

Ipê, árvore protetora

O Ipê do título vem dos ipês que dominavam a paisagem da região da grande colônia agrícola nacional de Dourados, no Mato Grosso do Sul, antes de “os colonizadores chegarem lá para derrubar aquela mata toda”. Mas a árvore tem uma simbologia que trouxe ainda mais força ao título do romance. A escritora descobriu que o “mito é de uma árvore potente e que o estar embaixo dela pode curar física e mentalmente”.

A capa do romance foi feita por sua filha, Clara Chotil. É a segunda colaboração entre mãe e filha. A ilustradora é também a autora do HQ “Ópera Negra», baseado na biografia "Maria d’Apparecida: negroluminosa voz", sobre a cantora lírica franco-brasileira, escrita por Mazé Torquato Chotil.

Além da produção literária intensa, a franco-brasileira também é muito ativa na promoção cultural. Há alguns anos, ela anima um bate-papo mensal, que depois da pandemia também passou a ser online, com escritores de expressão portuguesa. Ela ressalta a importância desse trabalho voluntário, mas necessário para dar visibilidade à literatura brasileira e de língua portuguesa que “é muito pouco traduzida aqui na França. Apenas 2%, segundo informações que tenho, é traduzido do mundo lusófono, Brasil, Portugal, Angola ou Moçambique. É muito pouco”.

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