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Livro infanto-juvenil dá voz a Dom Pedro II, último imperador do Brasil

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Quem foi realmente a pessoa por trás do menino que perdeu a mãe ainda bebê e que se tornou imperador do Brasil aos 14 anos? O livro “Memórias de Pedro, o último imperador do Brasil” alia ficção e pesquisa histórica para dar voz ao monarca que governou o país por quase meio século.  

A escritora e jornalista Ivna Chedier Maluly
A escritora e jornalista Ivna Chedier Maluly ©
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A jornalista e escritora brasileira Ivna Chedier Maluly mergulhou na vida do imperador e escreveu um livro sobre Dom Pedro II para o público infanto-juvenil.

“É um resgate das memórias do monarca, como se ele despertasse no meio do século 21 e fizesse um balanço de sua vida no século 19, tanto de seus feitos, como de suas derrotas”, explica a autora.

“Até chegar a esse texto, que é bem conciso, de 40 páginas para descrever 49 anos de governo, foi uma pesquisa intensa sobre todo o segundo reinado, de muitas visitas ao Museu Imperial [de Petrópolis], sempre que eu ia ao Brasil”, conta Ivna, que vive em Lyon, na França.  

A escritora fez uma ampla pesquisa nos arquivos imperiais, vasculhando documentos, diários e até cadernos de caligrafia do futuro imperador. “Eu li a troca de cartas com o pai, que são cartas tristíssimas, mas que trazem não só sentimentos, mas todos os fatos marcantes da época”.

Capa do livro, Memórias de Pedro
Capa do livro, Memórias de Pedro © Sarah Patras

As pesquisas revelam um homem que teve uma infância marcada pelo sofrimento, não só pela morte precoce da mãe, mas que foi deixado pelo pai no Brasil, aos 5 anos de idade e foi coroado aos 14.

“Ele pensou o Brasil como um todo, mas não ter abolido a escravidão foi a pedra no sapato do imperador”, conta Ivna "Foi um arrependimento que Pedro levou para o exílio". A autora fala de uma personalidade contraditória, de um homem que se dizia abolicionista, mas que não acabou com a escravidão no Brasil; que era anti-bélico, mas fez a Guerra do Paraguai.

“Eram os desafios do poder – não é tudo o que a gente quer, mas é o que o momento nos leva a fazer”, sintetiza a escritora. O texto também reflete as fissuras que, até hoje, asseguram as desigualdades e violências que marcam a sociedade brasileira.

O texto é acompanhado por ilustrações da designer Aline Haluch, que se inspirou no texto e usou colagens para combinar documentos oficiais e imagens históricas, chegando a um resultado forte e delicado ao mesmo tempo.

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