Acessar o conteúdo principal
RFI Convida

Com primeiro longa rodado no Centro-Oeste, Madiano Marcheti concorre ao Tigre de Ouro do Festival de Roterdã

Publicado em:

Madiano Marcheti, 32 anos, nasceu e cresceu no norte do Mato Grosso. Num universo conservador e dominado pelo agronegócio, ele achava que ia seguir os passos da família musical, que tem uma banda de forró brega. Mas outros ventos o levaram ao cinema e seu primeiro longa, “Madalena”, tem estreia mundial nesta quarta-feira (3), no Festival Internacional de Filmes de Roterdã, na Holanda. De Genebra, Marcheti falou com exclusividade à RFI Brasil.

Madiano Marcheti, 32 anos, é o diretor de "Madalena", que disputa o Tigre de Ouro do Festival de Roterdã.
Madiano Marcheti, 32 anos, é o diretor de "Madalena", que disputa o Tigre de Ouro do Festival de Roterdã. © arquivo pessoal
Publicidade

O cineasta discorre sobre algumas diretrizes que nortearam o filme: falar do Centro Oeste, tratar da transfobia e da onipresença do agronegócio.

“Madalena é uma mulher trans que foi assassinada e é deixada em uma plantação de soja. O filme acompanha a história a partir do ponto de vista de três personagens diferentes, ligados à vítima de alguma forma”, diz Marcheti sobre a trama.

O projeto começou quando Marcheti terminava o curso de Cinema na PUC do Rio, há cerca de seis anos. “Eu queria falar de um lugar que acho pouco discutido no Brasil, que é de onde eu venho, no Mato Grosso, com o universo do agronegócio. Mas também usar a minha experiência de ser uma pessoa gay nascida onde o conservadorismo predomina”.  

O diretor iniciou então uma longa pesquisa e se deu conta que, de todo o grupo LGBT, as pessoas trans eram as mais marginalizadas e que muitas vezes pagavam com a própria vida os atos de brutalidade e violência que sofriam. “Eu queria entender melhor o assunto, para poder trata-lo com respeito e sensibilidade”.

As filmagens em 2018 aconteceram em Dourados e Bonito, no Mato Grosso do Sul e duraram mais de 12 meses. O filme não da uma localidade especifica de onde se passa a trama.

Cena de "Madalena", de Madiano Marcheti, com estreia mundial no Festival de Roterdã, nesta terça-feira (3).
Cena de "Madalena", de Madiano Marcheti, com estreia mundial no Festival de Roterdã, nesta terça-feira (3). © Divulgação

Sobre o elenco, ele diz que os atores foram sendo escolhidos em etapas diferentes. “Não gosto dessa distinção de ator e não ator, prefiro falar de atores com mais ou menos experiência”, conta.

Madiano cresceu em Sinop, no interior do Mato Grosso. “Não tenho nenhuma ligação com o agronegócio. Minha família tem uma banda de forró brega e eu achei que ia ser músico também”, diz. Ele começou a se interessar por teatro na adolescência. Ao estudar Rádio e TV na Federal de Mato Grosso foi descobrindo o cinema e resolveu fazer o curso na PUC do Rio. Depois de alguns curtas na graduação, veio “Madalena”.

Sobre as perspectivas de “Madalena”, Madiano diz que tudo é ainda uma incógnita. Ele espera que o filme possa participar de vários festivais, mas por causa da pandemia, um lançamento em salas pode parecer complicado. “Há muitas produções em espera, vai ser um gargalo para serem exibidos”. O cineasta estuda outras plataformas, como o streaming, para a exibição do seu trabalho.

Para ouvir a entrevista completa, clique no podcast no alto do página ou, na foto, assista à gravação em vídeo.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.