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Rendez-vous cultural

Museu da história de Delft traz panorama do século 17 de Vermeer

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Uma exposição histórica em Amsterdã reúne 28 telas do mestre holandês Johannes Vermeer (1632-1675). Outra mostra, em Delft, sua cidade natal, traz um panorama da vida no século 17, retraçando os passos do artista e possíveis influências que possa ter vivido.

"Vista de Delft" (1661), de Johannes Vermeer.
"Vista de Delft" (1661), de Johannes Vermeer. Domaine publique
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Patrícia Moribe, enviada especial da RFI a Delft

Duas imagens de Delft abrem "Vermeer", megaevento do Rijksmuseum, o Museu Real de Amsterdã, que conseguiu o feito de juntar 28 das 37 telas existentes de Vermeer, com empréstimos de museus da Europa, dos Estados Unidos e até do Japão.

Uma delas é “A Vista de Delft”. Em uma carta de 1905, o escritor francês Marcel Proust escreve que viu em um museu de Haia o quadro mais belo do mundo.

A outra, “Het Straatje” (A Ruela) é um instantâneo do cotidiano, mostrando uma cena doméstica, com uma mulher costurando na soleira de uma porta, uma outra nos fundos e duas crianças brincando sob um banco.

A seguir, a exposição traz quadros feitos em interiores, com personagens em momentos de reflexão, tocando música, lendo ou escrevendo uma carta. Momentos silenciosos, iluminados pela luz tênue de uma janela.

A Ruela
A Ruela © Straatje - Vermeer

 

Para o historiador de arte holandês Kees Kaldenbach, Vermeer não pinta sua própria vida. “Ele não mostra a realidade da sua casa, com onze crianças correndo o tempo todo, a mulher, a sogra, a criada”, diz. “É muita agitação; o mundo de Vermeer é muito silencioso, como uma abstração.”

 

Um carrinho com reprodução de "A Ruela", de Vermeer, em Delft, Holanda (18/03/23).
Um carrinho com reprodução de "A Ruela", de Vermeer, em Delft, Holanda (18/03/23). © Patricia Moribe / RFI

 

Quem foi Vermeer?

Pouco se sabe sobre a vida do artista, que morreu com 43 anos, em 1675. Registros mostram que ele deixou muitas dívidas. Não há retratos ou autorretratos, nem diários ou cartas.

Mas sabe-se que nasceu e morreu em Delft, a cerca de 70km ao sul de Amsterdã. Talvez Vermeer nunca tenha saído de lá.

 

Canal em Delft, Holanda (18/03/23).
Canal em Delft, Holanda (18/03/23). © Patricia Moribe/RFI

 

Visitar Delft é uma viagem no tempo. Apesar de ser muito turística, a cidade preserva toques típicos de cartão postal, como canais, um moinho ao longe, uma grande praça central, uma catedral. E muitas bicicletas.

Para mostrar o contexto da Holanda durante o tempo do artista, o museu Prinsenhof (corte do príncipe), traz a exposição “Delft de Vermeer”.

Objetos históricos, como quadros de outros mestres holandeses, mapas, livros, registros e peças de decoração, nos remetem à vida em Delft no século 17.

 

Interior da mostra "Delft de Vermeer", em Delft, Holanda (18/03/23).
Interior da mostra "Delft de Vermeer", em Delft, Holanda (18/03/23). © Patricia Moribe / RFI

 

Nos passos de Vermeer

“O objetivo foi partir do começo, com o que conhecemos e tentar ir além”, diz Hester Schölvinck, chefe de coleção e apresentação do museu Prinsenhof. Ela cita como influências importantes o fato de o pai ter sido negociador de arte – assim Vermeer teria visto muitas obras – e do casamento do artista com uma mulher católica, expondo-o para um outro tipo de religiosidade, diferente de sua origem protestante.

A exposição em Delft também destaca que a cidade era um polo dinâmico na época, atraindo cientistas e artistas, que certamente influenciaram Vermeer. 

 

Turistas visitam "Delft de Vermeer", museu Prinsenhof, Delft (18/03/23).
Turistas visitam "Delft de Vermeer", museu Prinsenhof, Delft (18/03/23). © Patricia Moribe / RFI

 

Registros históricos mostram que Vermeer fez parte da corporação de artistas e também era integrante da milícia da cidade.

“Esta exposição fornece um quebra-cabeça para o visitante. E cada um vai poder encaixar as peças e assim ter uma visão mais clara de quem Vermeer poder ter sido”, diz a responsável do museu em Delft.

As exposições "Vermeer", em Amsterdam, e "Delft de Vermeer", em Delft, ficam em cartaz até 4 de junho.

 

Vista de Delft, Holanda (18/03/23).
Vista de Delft, Holanda (18/03/23). © Patricia Moribe / RFI

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