Acessar o conteúdo principal
Rendez-vous cultural

Bruno Capinan divulga “Tara Rara” em Paris, uma “ode ao povo brasileiro”

Publicado em:

O músico baiano Bruno Capinan está em Paris para divulgar seu novo álbum “Tara Rara”. É o sexto álbum do cantor e compositor de 38 anos, radicado no Canadá. O jornal francês Libération descreve o novo disco como um "rugir de delicadas percussões, entrelaçando cordas sutis de violões e cellos, além de uma voz que não revela sua identidade nem levanta o tom".

Bruno Capinan é um cantor e compositor Brasileiro-Canadense
Bruno Capinan é um cantor e compositor Brasileiro-Canadense © RFI
Publicidade

Capinan se apresenta na canção “Ode ao Povo Brasileiro”, primeira faixa de “Tara Rara”: sul-americano, baiano, soteropolitano, filho de Oxalá, preto e gay. Ele também evoca carnaval, Zumbi, Marielle Franco, Elza Soares, Gilberto Gil, Itamar Assumpção, Pixinguinha, Carlos Drummond de Andrade, Tom Jobim, Cruz e Souza, entre outros.

“Agora, realizando o que foi fazer o disco, é mesmo uma ode ao povo brasileiro, é aquilo que eu quis manter registrado vivo, como um sentimento de perda”, diz o artista. “A gente está perdendo muito no Brasil, onde a cultura está sendo demonizada – o meu disco é um registro, quase um documentário”, acrescenta.

A música faz parte da vida de Capinan por osmose. “A música entrou na minha vida porque eu nasci na Bahia”, brinca, lembrando o ditado que diz que “você não nasce na Bahia, você estreia”. Bruno cresceu em uma família de artistas, acompanhou os carnavais de Carnaval de perto, principalmente os blocos afro. A certeza de que a música iria reger sua vida veio aos 15 anos, mas a primeira composição foi já aos 13, com “Caminhando na Rua”.

Influências e escolhas

Dessa influência de berço e de rua, embalada também pela Tropicália, João Gilberto, Caetano, Gil e outros, Bruno foi formando o seu universo musical, juntando novas percussões, batidas, marcando o compasso com sua voz de suavidade hipnotizadora. O jornal britânico The Guardian fala de uma “voz acrobática, sensual e ao mesmo tempo, angélica e profana”.

Bruno Capinan escolheu Toronto, Canadá, como base, desde 2002. “Fui para ser feliz, viver a minha vida, para ser gay, viver meus amores, o real de mim que eu não conseguia viver no Brasil”, conta.

De Paris, o artista adiantou a sua volta para o Canadá, da próxima segunda-feira para sábado agora. Para poder votar no segundo turno das eleições presidenciais do Brasil. Ele se diz aflito diante do atual cenário de violência e de discursos repletos de ódio. Chama de neofascista aquele que ele faz questão de não citar o nome, diz que essa pessoa deveria já ter sido presa ao dedicar seu voto de impeachment da então presidenta Dilma a um torturador - Carlos Brilhante Ustra, chamado de “herói” pelo atual presidente brasileiro.  

“Mas tenho a esperança que o Brasil vai conseguir virar essa chave”, diz Bruno Capinan.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.