Conselho de Segurança da ONU deve analisar resolução do Brasil sobre o conflito entre Israel e o Hamas

O Conselho de Segurança da ONU deve votar nesta terça-feira (17) uma resolução apresentada pelo Brasil para dar uma resposta à crise humanitária na Faixa de Gaza. Mas a Rússia, que teve uma proposta rejeitada ontem, da qual o Brasil se absteve, considera o texto brasileiro "desequilibrado".

Sessão de votação durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o conflito entre Israel e o Hamas na sede da ONU em Nova York, EUA, em 16 de outubro de 2023. REUTERS - ANDREW KELLY

Por Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York

A reunião estava para começar quando a embaixadora dos Emirados Árabes pediu mais tempo para negociar os termos das resoluções a portas fechadas. Quando os diplomatas voltaram, o texto da Rússia foi colocado em votação e foi rejeitado.

A proposta apresentada por Moscou foi aprovada por cinco Estados-membros, entre eles a China e a Rússia, e rejeitado por quatro países, França, Estados Unidos, Reino Unido e Japão. Outros seis países, entre eles o Brasil, se abstiveram.

O documento da Rússia não fazia nenhuma menção ao Hamas e pedia um cessar-fogo humanitário. Para os EUA, Israel tem direito de se defender e isso inclui a possibilidade de atacar o Hamas na Faixa de Gaza. 

Qual é a proposta do Brasil ? 

O texto proposto pelo Brasil inclui uma condenação do Hamas por seus ataques a Israel e a revogação da ordem israelense para que civis e funcionários da ONU na Faixa de Gaza do Norte se desloquem para o sul de Gaza, embora sem mencionar Israel explicitamente.

A proposta prevê ainda tréguas humanitárias para permitir o acesso à ajuda. Ambos os textos russo e brasileiro condenam a violência e hostilidades contra civis, bem como todos os atos de terrorismo, e pedem a libertação de reféns. 

O que é necessário para aprovar uma resolução no Conselho? 

Para que um texto seja aprovado no Conselho de Segurança da ONU, é necessário obter votos favoráveis de nove dos 15 membros. Além disso, nenhum dos cinco membros permanentes (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) pode votar contra, pois possuem poder de veto.