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Linha Direta

Funcionários de principais atrações turísticas de Londres entram em greve

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Exatos sete meses após se tornar líder do partido conservador e primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak se prepara para enfrentar uma nova onda de greves. Desde que assumiu o posto, não houve mês sem paralisações em segmentos-chave da economia. Nesta quinta-feira (25), funcionários das principais atrações turísticas de Londres cruzam os braços.

Na foto, um ônibus vermelho passa diante do Big Ben, em 4 de maio de 2023, dias antes da coroação do Rei Charles. Uma greve nesta quinta-feira, 25 de maio, deve afetar os principais cartões-postais da cidade como a Tower Bridge ou o British Museum, um dos mais visitados do país.
Na foto, um ônibus vermelho passa diante do Big Ben, em 4 de maio de 2023, dias antes da coroação do Rei Charles. Uma greve nesta quinta-feira, 25 de maio, deve afetar os principais cartões-postais da cidade como a Tower Bridge ou o British Museum, um dos mais visitados do país. AFP - ODD ANDERSEN
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

A greve deve afetar cartões-postais da cidade como a Tower Bridge ou o British Museum, um dos mais visitados do país. A cidade está lotada de turistas no período de férias, que promete ser o mais movimentado desde antes da pandemia. O turismo é um setor importante da economia britânica e chega a representar 9% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Só em Londres, gera uma receita de 36 bilhões de libras (R$ 220 bilhões) por ano e mantém 700 mil postos de trabalho.

Isso é ainda mais complicado neste momento em que a economia britânica precisa de uma injeção de ânimo. A previsão é de que o crescimento não passe de 0,25% este ano, o pior desempenho da Europa.

Ainda não se sabe ao certo quais pontos serão fechados por falta de pessoal. Jornais britânicos dizem que o Centro Cultural Barbican, por exemplo, não terá como abrir.

Mas não se trata apenas de greve em pontos turísticos. Elas devem acontecer, como tem sido deste o ano passado, em vários segmentos-chave da economia. Os trens vão parar novamente, assim como professores, médicos e outros profissionais. Há previsão de que os funcionários do aeroporto de Heathrow, o mais movimentado do país, cruzem os braços a partir da semana que vem, em pleno período de férias.

Os sindicatos fazem pressão para que os reajustes das categorias sejam suficientes ao menos para cobrir a disparada do custo de vida. A inflação britânica segue há meses na casa de dois dígitos, mantendo-se nos níveis mais altos dos últimos 40 anos.

Sistema de saúde afetado

Analistas afirmam que o governo vai precisar mudar a estratégia para lidar com os movimentos grevistas, porque, como está, claramente não está funcionando. Desde que Sunak foi eleito em 25 de outubro do ano passado, não houve um mês sem paralisações. E as categorias não parecem se intimidar e já avisaram que pretendem seguir com seus movimentos até o segundo semestre.

Não bastasse o impacto econômico que tem implicações para todos, a vida das pessoas tem sido afetada em todos os sentidos. Não se trata apenas da falta de previsibilidade dos meios de transportes para chegar no trabalho, a fila de espera para tratamentos diversos e cirurgias no NHS, o sistema de saúde nacional gratuito, é imensa. Muita gente, quando pode, recorre à saúde privada.

É surpreendente o número de anúncios de planos de saúde privada pelo país, algo novo e até bem pouco tempo atrás impensável para uma nação que trata o NHS como uma das suas instituições mais importantes.

O político conservador Nigel Lawson chegou a dizer, 30 anos atrás, que o sistema de saúde nacional era o que mais se aproximava de uma religião no Reino Unido.

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