Após morte de Elizabeth II, monarquia britânica entra em uma nova era
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Charles III é o novo rei do Reino Unido. O monarca será confirmado na manhã desta sexta-feira (9), após uma reunião de políticos seniores do governo e integrantes do chamado Privy Council, como são conhecidos os conselheiros da monarquia. Sem tempo para viver o próprio luto, o soberano parte em viagem pelo país, enquanto a Casa Real dá prosseguimento aos ritos previstos no plano London Bridge, ou Ponto de Londres, codinome do livro com todo o protocolo do funeral de Estado.
Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres
A rainha Elizabeth II morreu na tarde desta quinta-feira (8) em Balmoral, na Escócia. Apesar de sua idade avançada, 96 anos, a notícia foi um choque para o país.
Desde a metade do dia, quando o Palácio de Buckingham anunciou que a saúde da monarca era motivo "de preocupação de seus médicos", era como se todos soubessem o que estava por vir. O Reino Unido parou. Uma multidão se reuniu em frente ao Palácio, em Londres, apesar da chuva e cantou "Deus Salve a Rainha" assim que o falecimento foi anunciado.
Dezenas de milhares de pessoas foram para frente das residências reais. Desde a pandemia, a rainha resolveu morar no palácio de Windsor. Foi lá que viveu os últimos momentos com o marido, o príncipe Philip, que morreu em abril do ano passado, aos 99 anos.
A polícia reforçou a segurança no local: colocou barreiras na entrada do castelo e milhares de pessoas fizeram fila para deixar flores, bilhetes e presentes em homenagem à rainha. Foi lá que a soberana viveu seus últimos dias com o marido, o Duque de Edimburgo.
O parlamento, que acaba de voltar das férias de verão e que estava às voltas com o plano de emergência apresentado pelo novo governo para enfrentar a crise energética por que passa o país, suspendeu os trabalhos por 10 dias.
O plano agora é que seu caixão siga de trem de Aberdeen, cidade próxima de Balmoral, onde ela morreu, para o Palácio de Holyroodhouse, a residência oficial da monarquia na Escócia, onde ficará temporariamente.
Está prevista uma recepção na Catedral de Saint Giles, com o corpo presente, com a participação de líderes britânicos, sociedade civil e outras autoridades. O cronograma não é claro. Mas o caixão deve viajar no trem real em baixa velocidade pela costa britânica até Londres. Na capital, vai direto para a Sala do Trono.
Novo rei fará novo pronunciamento
A previsão é a de que o funeral aconteça 10 dias depois de sua morte. Nesta sexta, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, e Charles III têm uma audiência. Em seguida, o novo rei fará seu pronunciamento à nação como chefe de Estado.
Charles III tem pela frente o grande desafio de ocupar o lugar da mãe, a figura mais popular do Reino Unido, apreciada por monarquistas e republicanos, gente de todas as idades e etnias.
Ele é menos querido pela população. Mas, segundo especialistas, na medida em que os súditos vão digerindo a informação sobre a morte de Elizabeth II, também vão dando a ele um voto de confiança.
Muito será dito sobre ele e a mãe nos próximos dias. As televisões e rádios por todo o país interromperam suas programações. Só falam da morte da rainha que se confunde com a história do Reino Unido, que, por sua vez, entra em uma nova era.
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