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Linha Direta

Mesmo em “período de contenção”, Portugal quebra recordes de contágios pela variante ômicron

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Essa semana, a variante ômicron passou a representar 75% dos casos de Covid-19 em Portugal. Nos últimos dias, o país tem batido recordes do número diário de novos contágios. Nesta quinta-feira, dia 30, foram registrados 28.659 casos em 24 horas, o maior número desde o começo da pandemia no ano passado. O país passou a ser considerado de “alto risco para contágios” pelo Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, que monitora a disseminação do coronavírus.

As duas principais festas de réveillon do país, nas cidades de Lisboa (foto) e Porto, foram canceladas. (30/12/2021)
As duas principais festas de réveillon do país, nas cidades de Lisboa (foto) e Porto, foram canceladas. (30/12/2021) AFP - PATRICIA DE MELO MOREIRA
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O “período de contenção” em vigor, com medidas mais restritivas impostas pelo governo desde a semana do Natal, não tem conseguido frear o avanço da ômicron. No entanto, mesmo com muito mais casos, Portugal segue a tendência vista em outros países, em que a gravidade da infecção parece mais leve também graças à vacinação. Portugal tem 88% da população completamente vacinada e tem intensificado a campanha com as doses de reforço para os adultos. A vacinação de crianças de 5 a 11 anos começou esse mês.

Comparando a gravidade dos casos de agora com os de 2020, a situação parece melhor, já que há menos doentes hospitalizados e mortes causadas pela covid-19 no momento. Mas a preocupação das autoridades é de que, mesmo com um cenário menos grave, esse "tsunami de casos”, como referiu o diretor da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acabe colocando o sistema de saúde e os profissionais sob uma pressão muito grande.

Novas variantes

Durante coletiva de imprensa, a diretora-geral de Saúde de Portugal, Graça Freitas, pediu que não se tirem conclusões precipitadas. "Já estamos na quinta onda e cada uma teve uma variante diferente associada. Nada nos dirá que a ômicron será a última que vamos ter, nem quer dizer que as variantes vão perder sempre a intensidade", afirmou.

"Não rejeito que se trate como uma doença sazonal, mas sim que se retirem conclusões tão rapidamente. Se calhar, até se atingir um equilíbrio entre o vírus e os seus hospedeiros, pode ser ainda necessário passar por outras variantes diferentes destas", disse Freitas aos jornalistas.

Corrida aos testes

Com o período de contenção em vigor, o teste com resultado negativo é obrigatório para entrada em restaurantes, cinemas, espaços culturais, hotéis e eventos, o que tem feito com que os centros de testagem fiquem lotados. De acordo com o observatório Our World in Data, da Universidade de Oxford, Portugal é o quinto país do mundo que mais realiza testes, ficando atrás apenas da Áustria, Emirados Árabes, Mongólia e Grécia.

As restrições valem até 9 de janeiro, dia que antecede a volta do ano letivo. Antes, no dia 5, será realizada uma nova reunião do governo com os especialistas da saúde para avaliação do momento. A expectativa é de que, depois desse encontro, o governo sinalize quais serão os próximos passos no combate à pandemia.

“O apelo que deixo é que todos cumpramos o que está determinado para estes dias, para que as medidas de contenção possam produzir efeitos e consigamos ultrapassar mais esta fase de evolução da pandemia”, disse o ministro das Relações Exteriores, Augusto Santos Silva, em coletiva com jornalistas nesta quarta-feira (29).

As duas principais festas de réveillon do país, nas cidades de Lisboa e Porto, foram canceladas. Também não será permitido circular em grupos de mais de dez pessoas e consumir bebida alcoólica na rua.

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