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“Estou 100% preparado para Roland Garros”, diz Thiago Monteiro, único brasileiro no torneio de simples

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No ano em que se completam 20 anos do tricampeonato de Gustavo Kuerten em Roland Garros, o cearense Thiago Monteiro mantém a longa tradição do Brasil em disputar o Grand Slam francês, o segundo do ano no circuito profissional. Único brasileiro no quadro principal do torneio de simples, ele chegou a Paris bem preparado e esperançoso.

O cearense Thiago Monteiro na quadra de Roland Garros em 2019
O cearense Thiago Monteiro na quadra de Roland Garros em 2019 E. RAMALHO
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Thiago vem de gira no saibro europeu e recentemente disputou torneios na Espanha, Itália, e Sérvia, onde durante a semana, perdeu nas oitavas de final do torneio de Belgrado para o argentino Federico Delbonis.

Mas o tenista número 1 do Brasil não se abateu e desembarcou na capital francesa com confiança.  “Fisicamente eu me sinto 100%, nas últimas três semanas. Fiz jogos longos e me senti superbem”, destaca o tenista, que se diz preparado para o saibro parisiense, para sua quarta participação.

“Estou preparado para mais este Grand Slam. A motivação fica no pico. Todo mundo que vem aqui busca o melhor nível, competir da melhor forma e acreditar nos desafios que vão acontecer”, acrescenta o atleta que completa 27 anos na próxima segunda-feira (31).

No ano passado, Thiago Monteiro fez em Roland Garros sua melhor participação em um Grand Slam na carreira. Avançou até a terceira rodada, quando foi superado pelo húngaro Marlon Fucsovics.

Atual 79° do ranking mundial da ATP, Thiago terá pela frente um páreo duro e inédito: a estreia será contra o canadense Milos Raonic, 30 anos e 18º do ranking, um dos jogadores experientes do circuito e também no piso de terra batida.

João Menezes (à esq.) e Felipe Meligeni perderam na última rodada do qualifying e não conseguiram entrar no quadro principal de Roland Garros.
João Menezes (à esq.) e Felipe Meligeni perderam na última rodada do qualifying e não conseguiram entrar no quadro principal de Roland Garros. © RFI

“Ele é um jogador bem duro, não fez a temporada no saibro e veio só para Roland Garros, mas já fez bons resultados no saibro, tem um saque muito potente. Vou tentar aproveitar as poucas chances no saque dele, não deixar ele dominar os pontos e ser agressivo”, diz, consciente da estratégia que deve adotar para desestabilizar o adversário de 1m96.

 “Vou tentar movê-lo muito porque é um cara grande e alto, e às vezes ficar na defensiva não é o que ele gosta de fazer”, afirma.

Thiago Monteiro poderá ao menos contar com mais torcida este ano. A flexibilização das medidas sanitárias na França permite um número maior de torcedores nas arquibancadas, apesar das muitas restrições para as viagens dos brasileiros, que historicamente costumam ser numerosos no torneio.

O tenista diz que já tem se acostumado a jogar respeitando os rígidos protocolos de segurança por onde tem passado e, em Paris, não será diferente.

“Estamos cada vez mais acostumados, e com os protocolos também sendo mais flexibilizados, com o maior conhecimento do vírus e da pandemia. Alguns torneios continuam sem público, mas aqui agora terá um pouco mais de público, o que deixa a atmosfera mais legal, mas sempre respeitando os protocolos com uso de mascar e o distanciamento. Os jogadores têm menos liberdade, mas têm mais segurança”, afirma.

Derrotas no qualifying

No ano dos 20 anos do tricampeonato de Guga no saibro parisiense, Thiago Monteiro será o único representante do Brasil, porque outros dois tenistas do país com chances de entrar no quadro principal caíram na terceira e última rodada do qualifying.

Na quinta-feira (27) João Menezes perdeu para o espanhol Carlos Taberner por 2/0 (6/1 e 6/0) e, na sequência, Felipe Meligeni foi eliminado pelo alemão Maximilien Marterer pelo mesmo placar, 2 sets a 0 (6/2 e 6/1).

Aos 24 anos, o mineiro João Menezes fez um balanço positivo ao sair da quadra após a derrota para o espanhol Taberner, apesar da decepção por seu fraco desempenho no jogo decisivo. “Estou contente com minha progressão, cheguei à final do qualifying”, relativizou o  tenista que cultiva o sonho de um dia jogar no quadro principal do torneio francês.

“Eu não tenho dúvida que esse dia vai chegar, em breve. É uma questão de tempo, de amadurecer algumas coisas, treinar as coisas que eu preciso melhorar. Quando tudo isso estiver junto, é uma questão de tempo, não apenas de disputar o quadro principal de Roland Garros, mas de todos os Grand Slams”, diz, confiante.

Tenistas latino-americanos enfrentam dificuldades para viajar 

Na entrevista, João Menezes comentou a adaptação à pandemia, mas explicou ainda a dificuldade de muitos atletas latino-americanos de fazer um bom planejamento por causa da situação sanitária, já que muitos países dificultam a entrada de brasileiros, argentinos e de outros países, com exigências como quarentena obrigatória.

“O grande problema hoje é ser brasileiro e sul-americano. Para um europeu, ele joga um torneio e vai para casa, descansa, vai para onde quiser. Para um brasileiro, se voltar para casa e quiser voltar para a Europa, precisa fazer 14 dias de quarentena. Esse é o problema, é uma desigualdade muito grande”, diz João, que se encontra há dois meses no exterior.

“Nem posso pensar em ir para casa, porque se eu for, não volto. E como faço para jogar Wimbledon depois?”, questiona, sobre sua eventual participação no torneio londrino.

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