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Esporte em foco

Brasileiros vêm a Paris assistir a Roland-Garros com esperança de ver renascer o tênis nacional

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A RFI Brasil vem acompanhando o torneio de Roland-Garros e tem conversado com brasileiros que atravessam continentes só para ver de perto as estrelas do tênis mundial. Assistimos a um dos jogos do tenista gaúcho Rafael Matos ao lado do empresário Augusto Frazão, que veio da Bahia para acompanhar o Grand Slam francês.

Imagem de uma das quadras do Complexo de Roland-Garros, localizado na zona oeste de Paris. Em 2 de junho de 2023.
Imagem de uma das quadras do Complexo de Roland-Garros, localizado na zona oeste de Paris. Em 2 de junho de 2023. © AFP - EMMANUEL DUNAND
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Maria Paula Carvalho, em Roland-Garros

“Deu pro Brasil! Deu pro Brasil, parabéns Rafa: 7/6 7/6, jogaço!”, grita o torcedor na arquibancada do Complexo de Roland-Garros. “É a minha primeira vez aqui, acho que é um sonho realizado. O complexo é lindo. Eu já tinha ido para o US Open, mas aqui tem todo o charme de Paris, não tem comparação”, diz Frazão. 

O empresário baiano Augusto Frazão já foi jogador de tênis e veio a Paris acompanhar o Grand Slam francês. Em 1 de junho de 2023.
O empresário baiano Augusto Frazão já foi jogador de tênis e veio a Paris acompanhar o Grand Slam francês. Em 1 de junho de 2023. © RFI

Satisfação parecida com a descrita por Renan Elias, empresário carioca que assistia ao torneio ao lado do amigo e também empresário Júlio Schumacher. Ambos são do Rio de Janeiro, mas se encontraram entre um jogo e outro por acaso. “Primeira vez em Roland-Garros, realização de um sonho. Somos dois jovens tenistas desde sempre. É demais, difícil de descrever com palavras, estamos vivendo cada segundo”, diz Renan. 

“Estamos na torcida, vamos ver se renasce um Guga este ano em Paris. Brasileiro sempre tem esperança, não desiste nunca, tomara que dê certo este ano e papai do céu ilumine os brasileiros”, deseja Júlio. “A gente está na Disney aqui, a gente arrepia de entrar e ver o tamanho do complexo, é uma experiência que vai ficar marcada”, resume o carioca, que tirou férias para vir a Paris assistir aos jogos.

Os amigos e empresários cariocas Renan Elias (e) e Júlio Schumacher no complexo de Roland-Garros, em Paris. Em 30 de maio de 2023.
Os amigos e empresários cariocas Renan Elias (e) e Júlio Schumacher no complexo de Roland-Garros, em Paris. Em 30 de maio de 2023. © RFI

A esperança de ver renascer o tênis brasileiro era compartilhada por muitos torcedores que, como Júlio, sonham em ter o Brasil no topo da competição, como nos velhos tempos de Gustavo Kuerten.

E a surpresa com as duas primeiras vitórias do paranaense Thiago Seyboth Wild, que chegou a eliminar o número 2 do mundo e recente campeão do Master 1.000 de Roma, Daniil Medvedev, que chegava a Paris como um dos favoritos, só aumentava a garra da torcida verde e amarela. Ocupando a posição de 172 no ranking da ATP, o nome dele foi entoado por um coro internacional nas quadras de Roland-Garros. 

O tenista paranaense foi eliminado no sábado (3), derrotado pelo japonês Yoshihiro Nishioka por 3 sets a 2. Mas enquanto jogou no saibro parisiense arrancou aplausos efusivos de torcedores brasileiros e internacionais. 

Ausência de Nadal

“Órfã” de Rafael Nadal, a edição 2023 de Roland-Garros começou no domingo (28) como a mais aberta desde a revelação do campeão espanhol, em 2005. O advogado Elói Rizzo Neto, de São Paulo, não esconde a decepção com a ausência do campeão. “Eu vim no ano passado e, para ser muito sincero, eu comprei os meus ingressos com antecedência para ver o que seria a despedida do Nadal”, diz. “Eu comprei essa primeira semana todos os dias porque eu não sabia em que condições físicas ele ia chegar, se ele ia passar da primeira e segunda rodadas. Então, tive a decepção ao vir para cá, mas logicamente vou assistir a excelentes jogos”, se contenta o torcedor.  

E não era só ele que queria ver Nadal, quatorze vezes vencedor do torneio parisiense. Porém, aos 37 anos e vítima de lesão, o tenista está fora do circuito por tempo indeterminado. 

Giovana Marques Becker já escolheu outro atleta para torcer. “A gente sempre gosta da Bia, a gente acompanha bastante ela. E além dos brasileiros, a gente tem acompanhado bastante o (Carlos) Alcaraz. Estamos torcendo para ele. A gente queria ver o Nadal, mas infelizmente ele não pôde estar aí”, lamenta. 

Com a camisa do Brasil, ela acompanha os jogos com o marido, Rodrigo Becker, outro amante do tênis extasiado com o torneio francês. Ambos assistiram a uma das partidas da tenista brasileira Beatriz Haddad, que começou forte na competição.  “A gente acompanha vários torneios pela TV, no ano passado a gente teve a chance de ir para o US Open, nos Estados Unidos, em Nova York, e quando a gente teve a oportunidade de viajar para cá na mesma data do Roland-Garros a gente não podia perder”, diz o gaúcho. 

"Ao vivo é outra coisa"

O mesmo pode ser dito pela família Piassentini, todos praticantes de tênis, e que vieram do Mato Grosso. A mãe, Priscila, o pai Clodoaldo e a filha Larissa curtiam cada minuto, sob o sol escaldante que fez essa semana no estádio de Roland-Garros. “A gente todo o ano quer vir e esse ano deu sorte. Desde a pandemia que a gente está com tudo isso programado”, conta Priscila. “E o evento é um espetáculo. A gente consegue ver os jogadores pessoalmente, aqueles que a gente vê pela TV no Brasil, e a impressão aqui é outra. Lá você pensa que eles jogam muito; aqui você pensa que eles jogam MUITO mais”, compara.

“Especialmente pela Larissa, que tem 13 anos, a gente traz ela pela primeira vez, para apresentar o tênis num Grand Slam, que é o auge da quadra de saibro, e estamos muito felizes de estar aqui”, diz Clodoaldo. “A bola pela TV é bem mais lenta, e aqui o jogo é muito mais vivo, muito mais rápido e é justamente essa sensação que eu queria mostrar para a minha filha, porque agora ela vai perceber a velocidade do jogo e o que ela precisa fazer”, completa o pai da jovem tenista. 

“Eu estou achando muito incrível. Eu sempre quis vir para um Grand Slam, para poder assistir ao vivo. É surreal ver pessoalmente, é muito legal, estou adorando”, diz a adolescente que joga desde os 4 anos de idade e tem a intenção de seguir carreira no tênis. 

Priscila, Larissa e Clodoaldo Piassentini. A família veio do Mato Grosso para acompanhar o torneio de tênis do Grand Slam francês.
Priscila, Larissa e Clodoaldo Piassentini. A família veio do Mato Grosso para acompanhar o torneio de tênis do Grand Slam francês. © RFI

Na loja de produtos esportivos do complexo de Roland-Garros, a reportagem encontrou Tomás Botto, economista do Rio de Janeiro, com toda a família. “Aproveitando a lojinha para comprar boné, presente para o pessoal no Brasil. Viemos eu, meu pai, irmã, mãe e tia. Fomos para Mônaco ver a corrida e agora estamos vendo o jogo de tênis! Férias coletivas, férias esportivas”, brinca.  

“Somos super fãs de tênis, somos todos tenistas, uns no Rio e outros em São Paulo! É bárbaro, super especial. Vale a pena estar aqui, um super astral, tudo muito bom! Super família, uma viagem bem amorosa”, conta a tia dele, Ana Maria Dias. 

As emoções de Roland-Garros vão até o domingo (9), quando serão conhecidos os nomes dos novos campeões do tradicional torneio de saibro francês. 

Ana Maria Dias e o sobrinho, o economista Tomás Botto. A família veio assistir aos jogos de Roland-Garros, em Paris.  Em 31 de maio de 2023.
Ana Maria Dias e o sobrinho, o economista Tomás Botto. A família veio assistir aos jogos de Roland-Garros, em Paris. Em 31 de maio de 2023. © RFI

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