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Esporte em foco

Roland Garros recebe os melhores jogadores de padel do mundo

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Saem a raquete de tênis e o saibro, entram as paredes de vidro e o piso de grama. Quase inexistente na França até 2010, o padel ganha mais praticantes a cada ano e atrai patrocinadores que investem em grandes campeonatos. O famoso complexo de Roland Garros, palco do tênis francês, foi transformado para receber os melhores atletas de padel do mundo. Entre eles alguns brasileiros, como Pablo Lima, que disputa neste sábado (16) a semifinal do Greenweez Paris Premier Padel Major contra o argentino Franco Stupaczuk.

O complexo esportivo de Rolland-Garros foi adaptado para receber os melhores atletas de padel do mundo.
O complexo esportivo de Rolland-Garros foi adaptado para receber os melhores atletas de padel do mundo. © RFI Maria Paula Carvalho
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O novo circuito mundial do esporte foi criado pelo fundo de investimento Qatar Sports Investiments, que detém o time de futebol Paris Saint-Germain. O grupo decidiu investir no padel, na expectativa de que a disciplina se torne olímpica.

Criado no México, nos 1960, o padel chegou à Europa pela Espanha. É lá que vive a maioria dos atletas profissionais brasileiros dessa modalidade, como Lucas Bergamini. “O padel na Espanha sempre foi muito popular. Mas como é um esporte de fácil acesso, muito legal de jogar e muito social, cada vez vem crescendo mais”, diz o gaúcho que se mudou para a Europa para seguir seu sonho. “Em números, o padel amador tem muitos praticantes. Em nível profissional estamos cada vez melhores, cada vez tem mais dinheiro e se torna possível para mais jogadores viverem do padel”, completa.  

Na França, as primeiras quadras foram construídas em 2014, ano em que o padel passou a integrar a Federação Francesa de Tenis (FFT). O Greenweez Paris Premier Padel Major, principal evento no país, começou na segunda-feira (11) e termina neste domingo (17), em Paris. A competição reúne 176 atletas de 8 países. Entre eles, cinco brasileiros.

Roland Garros “de cara nova”

A quadra de padel é um retângulo de 10 metros de largura por 20 de comprimento, cercado de paredes de vidro. A rede tem altura de 88 centímetros e a bola mede aproximadamente 6 centímetros e pesa até 60 gramas. A raquete não pode passar de 45,5 centímetros, com 26 centímetros de largura, podendo ser lisa ou não. E pesa cerca de 300 gramas.

O jogo é em duplas, que podem ser mistas. A contagem de pontos é igual a do tênis. Mas as semelhanças param por aí. “O padle tem golpes parecidos com os do tênis, voleio, smash, direita e esquerda, mas também tem o rebote das paredes. Os efeitos são outros, o movimento é um pouco mais curto”, explica o jogador brasileiro Pablo Lima, que disputa a semifinal do evento parisiense. “Tem semelhanças com o tênis, mas quando você entra na quadra, vê que são esportes diferentes. Porém, uma pessoa que joga tênis tem uma certa vantagem porque já aprendeu os golpes”, acrescenta.

Lucas Bergamini, atleta brasileiro de padel.
Lucas Bergamini, atleta brasileiro de padel. © RFI Maria Paula Carvalho

Seis quadras de padel foram instaladas no complexo de Roland Garros, incluindo uma na famosa arena Philippe-Chatrier, onde o tenista Rafael Nadal ganhou o último Grande Slam francês. Em entrevista à RFI Brasil, Lucas Bergamini conta que se emocionou ao pisar no mítico complexo de Roland Garros. “Ainda não somos conscientes da grandeza de estar num lugar assim. A primeira vez que eu vi a quadra central fiquei maravilhado e até emocionado”, revela.

“Eu acho que era o sonho de todo o jogador de padel poder jogar em Roland Garros pela semelhança com o tênis", completa Pablo Lima. "Não dá para processar ainda que estamos jogando aqui, porque o nosso esporte cresceu muito nesses últimos dois anos. É um sonho que se cumpriu tão rápido, sem a gente se dar conta. Chega a ser emocionante”, afirma. 

“Eu moro na Espanha desde 2005, onde há o circuito mais forte. Tem o Lucas Campagnolo, Lucas Bergamini, o Chico Gomes , o Marcello Jardim... Somos uns cinco ou seis brasileiros que jogamos o circuito e todos nós residimos na Espanha por causa das viagens”, conta Lima.   

Dém

Febre no Brasil

No Brasil, a febre do padel também movimenta clubes no país inteiro, como explica Paula Miranda, da Confederação Brasileira de padel. De acordo com ela, o que faz do esporte um sucesso é que ele pode ser jogado pela família inteira. “Nos campeonatos brasileiros, de sexta a domingo temos, às vezes, 350 ou 400 duplas inscritas, onde vai a família toda: joga o filho, joga a esposa, joga o pai. Eu acho que esta é a razão pela qual o padel está se convertendo nessa febre e está crescendo dessa maneira em todo o mundo”, conclui.

Paula Miranda da Silva - Confederação Brasileira de Padel
Paula Miranda da Silva - Confederação Brasileira de Padel © RFI Maria Paula Carvalho

Na França, o objetivo é chegar a 2.000 quadras de padel, até 2024, o dobro do que existe hoje. Só em 2022, a previsão é de que sejam organizados 10 torneios, sendo quatro de Grand Slam, e chegar a 25 campeonatos, em 2025.

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