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Esporte em foco

Brasileiros tentam fazer história nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim

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Os Jogos Olímpicos de Inverno começaram nesta semana em Pequim. A abertura oficial ocorreu nesta sexta-feira (4). Nesta edição, o Brasil tem 11 atletas representando as cores verde e amarela em cinco esportes: bobsled, skeleton, e três modalidades de esqui (cross-country, alpino e estilo livre). Com uma equipe formada por veteranos e estreantes, a delegação pretende fazer história em sua nona participação das Olimpíadas de Inverno.

A atleta brasileira Jaqueline Mourão vai disputar as provas de esqui cross-country nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2022. Com essa participação, Jaqueline se torna a atleta brasileira com mais Olimpíadas, oito participações.
A atleta brasileira Jaqueline Mourão vai disputar as provas de esqui cross-country nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2022. Com essa participação, Jaqueline se torna a atleta brasileira com mais Olimpíadas, oito participações. Alexandre Castello Branco/COB
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Aos 46 anos, Jaqueline Mourão vai disputar no esqui cross-country. Desde 2004, a mineira divide sua vida entre diferentes  modalidades de esporte e competições olímpicas no inverno e no verão.

Este ano, ela bate o recorde brasileiro ao disputar sua oitava edição, apenas meses após ter representando o Brasil no mountain bike em Tóquio.

“Eu já vinha equilibrando Olimpíada de verão e Olimpíada de inverno. Agora fazer isso em seis meses foi muito exigente. A parte física não foi o problema, mas a parte técnica eu tive que fazer em seis meses a transferência que eu faria em dois anos. Foi tudo muito corrido", conta a atleta, em entrevista por telefone à RFI.

Apesar dessa correria, Jaqueline levou duas melhadas de prata no cross country em janeiro na Sérvia e fez seu melhor tempo na modalidade distância. Em Pequim, ela espera refazer este desempenho, ao lado da companheira Duda Ribera, que estreia nos jogos aos 17 anos.

Outra estreante é Sabrina Cass, que tem 19 anos e representa o Brasil no esqui estilo livre, também conhecido como Moguls.

Sabrina é filha de uma brasileira, mas nasceu nos Estados Unidos. Em 2019, ela foi campeã mundial juvenil no esporte mas representando a bandeira norte-americana. Foi só em 2021 que ela passou a defender as cores do Brasil. 

"Desde pequena, com a minha família, brincávamos que eu iria esquiar pelo Brasil, sem saber que tinha uma confederação. Quando descobrimos que existia a confederação brasileira de esportes do gelo, eu decidi que queria esquiar pelo Brasil", explica.

A jovem de 19 anos, que treina nos Estados Unidos, foi a primeira brasileira a entrar em disputa, fazendo sua primeira descida em Pequim no dia 3. Ela é considerada uma das promessas dos Jogos de Pequim.

"A expectativa é de esquiar o meu melhor e tentar chegar nas finais. E curtir muito este momento", diz, com leveza.

A gaúcha Nicole Silveira representará o Brasil nas competições de skeleton. No esporte há apenas quatro anos, ela tem como meta chegar entre as oito primeiras
A gaúcha Nicole Silveira representará o Brasil nas competições de skeleton. No esporte há apenas quatro anos, ela tem como meta chegar entre as oito primeiras © CBDG/Divulgação

Esportes de velocidade no gelo

Ainda pelo feminino, o Brasil terá uma representante no skeleton, um dos esportes mais radicais dos jogos de inverno. O atleta mergulha de cabeça na pista em cima de um trenó individual. A descida pode chegar a 150 km/h.

Após passar pelo bobsled e chegar as Olimpiadas de inverno da Coreia do Sul em 2018, a gaúcha Nicole Silveira vai desta vez competir no skeleton.

A mudança de esporte se deu nos últimos quatro anos. Nicole conta que se apaixonou pela adrenalina e o controle total que tem sobre o trenó.

"E eu sou o tipo de pessoa que se estou dentro, eu estou dentro 110%. Eu vi que eu tinha potencial e queria provar para mim mesma que eu poderia chegar lá. Acho que a adrenalina que a gente chega no final me fez querer continuar e fazer de novo, mas melhor", afirma. 

Com bons resultados na temporada, Nicole tem a ambição de fazer história pelo Brasil em Pequim. "No feminino, a competição está bem aberta, para qualquer um. Vai ser legal de ver. Geralmente eram sempre as alemãs, e [nas últimas competições] não foi isso. No evento teste mesmo teve bastantes nações pequenas que estavam no top 10", explica a gaúcha.

No bobsled, o trenó de velocidade para as pistas de gelo, a seleção brasileira masculina chega para sua quinta participação nos Jogos Olímpicos.

"A nossa meta de resultado seria ir para a final. Seria ir para a quarta descida, porque todos os times fazem três descidas e só os 20 melhores fazem a última descida”, conta o capitão, que explica que este seria um resultado histórico para a seleção.

O porta-bandeira do Brasil na abertura se despede em Pequim do trenó. Ele, que esteve presente em todos os JOs do Brasil no bobsled, tem planos para o futuro do esporte no país.

"Foi uma evolução muito grande até aqui e seria leviano sair da modalidade sem retribuir tudo o que ela me proporcionou. O objetivo é ser o técnico da equipe do Brasil daqui para frente. Tanto no desenvolvimento como no alto rendimento, e a ideia é já com a pista de push que estamos construindo lá em São Caetano do Sul, através do Clube Paulista de Esportes no Gelo e com o suporte da Confederação Brasileira de Esportes no Gelo", diz.

O projeto ainda precisa de recursos para finalizar a pista de largada, no que será o centro de treinamento do Brasil de bobsled e skeletton.

"A gente espera, em um futuro próximo, formar grandes equipes, que brigam por medalhas. A gente sabe que tem condições para isso”, afirma Edson Bindilatti.

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim vão até o dia 20 de fevereiro.

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