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Contagem Regressiva Paris 2024

Jogos Olímpicos Paris-2024: taekwondo será disputado no Grand Palais

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O Taekwondo é uma arte marcial de origem coreana que virou um esporte de combate. O objetivo é somar pontos através de chutes e socos precisos no adversário. As suas raízes remontam ao ano 50 antes de Cristo. Mas foi só no início do século 20, que o taekwondo se tornou a forma dominante de arte marcial praticada na Península Coreana. Em 1973, foi fundada a Federação Internacional de Taekwondo e o primeiro Campeonato Mundial aconteceu em Seul. 

A francesa Gwladys Epangue, medalhista de bronze no taekwondo nas Olimpíadas de Pequim, 22 de agosto de 2008
A francesa Gwladys Epangue, medalhista de bronze no taekwondo nas Olimpíadas de Pequim, 22 de agosto de 2008 AFP/Archives
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A francesa Gwladys Épangue conquistou uma carreira internacional na modalidade. "O esporte transformou a minha vida porque eu cresci em La Courneuve, uma cidade muito pobre, e graças ao esporte e à minha disciplina, eu pude percorrer o mundo, fazer amigos no mundo todo e essa é uma riqueza incrível", disse a ex-atleta em entrevista à RFI Brasil. 

Ela foi três vezes campeã da Europa de Taekwondo em 2002, 2004 e 2005; duas vezes campeã mundial, em 2009 e 2011, e tem uma medalha de bronze olímpica em Pequim 2008. Pouco antes dos Jogos de Londres, em 2012, Gwladys contraiu tuberculose. A doença atingiu uma vértebra, impedindo a lutadora francesa de participar. À época, os médicos recomendaram que ela deixasse os tatames para sempre. 

Mas não antes de tentar mais uma disputa olímpica. O caminho, no entanto, não seria fácil. Uma ruptura dos ligamentos do joelho, oito meses antes dos Jogos Rio 2016, deixou dúvida se ela participaria da primeira olimpíada da América do Sul. Cinco meses depois da operação, Gwladys voltou aos tatames para a sua preparação. "Eu tive a chance de viver excelentes Jogos Olímpicos no Rio em 2016, eu já fui ao Brasil três vezes, é um país que eu amo. Adoro a cidade do Rio de Janeiro, a estrutura era linda, a Vila Olímpica muito boa. Tivemos belas disputadas na primeira olimpíada da América do Sul, foi um orgulho participar", acrescentou. "O resultado para mim foi um pouco difícil, eu fiquei em quinto lugar, é uma boa performance e eu nunca esquecerei o Rio porque foi depois dessa competição que eu encerrei a minha carreira", completa. 

Atualmente, Gwladys Épangue trabalha junto à Federação Francesa de Taekwondo, na preparação da equipe para os Jogos de Paris-2024. 

O taekwondo entrou no programa olímpico em Sydney, em 2000, mas já havia participado como demonstração em Seul, em 1988, e Barcelona, em 1992. A Coreia do Sul é o maior vencedor, com 12 ouros, portanto 25% dos ouros olímpicos da história. 

O Brasil já ganhou duas medalhas de bronze com Natália Falavigna em Pequim-2008 e Maicon Siqueira, na Rio-2016. 

As competições de taekwondo em Paris vão acontecer de 7 a 10 de agosto, em quatro categorias de peso no masculino e 4 no feminino, com um total de 128 atletas, metade homens, metade mulheres. 

Com a experiência de quem já participou de várias olimpíadas, a francesa Gwladys Épangue fala sobre a expectativa de receber o mundo do esporte em casa. "Os Jogos Olímpicos podem ajudar um país, uma cidade de vários aspectos. Primeiro, com novas infraestruturas, transforma um país porque construímos ginásios, redes de transporte, e melhoras as condições de vida. E também dá uma grande exposição, reforça o turismo. Jogos Olímpicos não são só o esporte de alto nível, mas é também o turismo e o que o país pode oferecer ao mundo inteiro. E por fim, tem a herança que os Jogos deixam. Os esportistas que vivem os jogos nas arenas, as pessoas que acompanham em seu país. Tenho certeza de que todos os brasileiros que participaram dos Jogos e foram ver as provas irão se lembrar para a vida toda", diz.   

Atleta
Gwladys Épangue, ex-campeã francesa de taekwondo, fala com a RFI Brasil em La Courneuve. Em 13 de novembro de 2023. © RFI Maria Paula Carvalho

Na organização da casa, os franceses contam com outro ex-atleta que usa de sua experiência para o projeto. O canoista Tony Estanguet, três vezes campeão do mundo e três ouros olímpicos na canoagem slalom, Sydney 2000, Atenas 2004 e Londres 2012 é presidente do Comitê de Organização dos Jogos Olimpicos e Paralímpicos Paris-2024. "Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, como o maior evento esportivo do mundo, com 15 mil atletas de mais de 200 países e bilhões de pessoas que assistem oferece uma visibilidade única aos valores do esporte", afirma Tony Estanguet em entrevista à RFI Brasil.

Tony Estanguet, ex-atleta olímpico e presidente do Comitê Organizador dos Jogos Paris-2024. Em Saint-Denis, em 26 de julho de 2023.
Tony Estanguet, ex-atleta olímpico e presidente do Comitê Organizador dos Jogos Paris-2024. Em Saint-Denis, em 26 de julho de 2023. © RFI Maria Paula Carvalho

"Posso dar o exemplo da Vila Olímpica, um espaço incrível compartilhado por 15 mil atletas que vivem juntos, comem juntos, moram no mesmo lugar, isso cria relações fortes. Eu fui atleta e fiquei na Vila Olímpica quatro vezes e posso dizer que é um algo único", completa. "Os Jogos Olímpicos Paris 2024 são um momento histórico para a França. Faz 100 anos que não organizamos esse evento. E fixamos uma grande ambição porque é uma oportunidade de mostrar tudo o que a França é capaz de fazer em termos de inovação e impacto social", conclui.   

Um dos prédios mais icônicos de Paris, o Grand Palais, será sede do taekwondo durante os Jogos Olímpicos de 2024. O prédio, construído para a Exposição Universal de 1900, recebeu várias exposições de arte durante a sua história, além de competições esportivas. O local receberá 8 mil espectadores durante os Jogos de 2024 para combates que prometem grande emoção. 

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