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Ofensiva terrestre de Israel pode castigar mais população da Faixa de Gaza, diz imprensa francesa

Os principais jornais franceses desta segunda-feira (23) se preocupam com a iminente ofensiva terrestre israelense na Faixa de Gaza. Os diários temem um massacre da população palestina confinada pelo cerco total imposto ao enclave por Israel. 

Soldados israelenses posicionados perto da fronteira com a Faixa de Gaza, no sul de Israel, na sexta-feira, 20 de outubro de 2023.
Soldados israelenses posicionados perto da fronteira com a Faixa de Gaza, no sul de Israel, na sexta-feira, 20 de outubro de 2023. AP - Ohad Zwigenberg
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"Em direção ao ataque fatal" é a manchete do jornal Libération, que traz na capa uma foto de moradores entre destroços de prédios na Faixa de Gaza. "A invasão do território palestino que o exército israelense prepara desde o ataque de 7 de outubro se anuncia extremamente difícil diante da densidade populacional e do conhecimento do terreno pelos homens do Hamas. Civis correm o risco de pagar um preço alto", diz o diário.

Em editorial, o Libé considera que a ofensiva se anuncia "sangrenta", com a previsão de castigar ainda mais a população palestina, militares israelenses e reféns sequestrados pelo Hamas. "As autoridades israelenses estão conscientes de todos esses perigos, mas elas consideram que não há outra escolha", diz o editorialista. 

Para Libé, Israel quer se vingar da humilhação com os ataques surpresa do Hamas há pouco mais de duas semanas, além do objetivo de erradicar o grupo terrorista. "Mas podemos fazer desaparecer um mal causando um mal tão grande em troca?", questiona o editorial.

"O exército israelense aumenta a pressão antes da ofensiva terrestre contra o Hamas" é o título de uma matéria no jornal Le Figaro. O diário destaca que 360 mil reservistas estão posicionados na fronteira do enclave, enquanto os bombardeios se intensificam na Faixa de Gaza. 

Israel deixa claro que a perspectiva de uma operação por terra se aproxima, avalia o jornal, lembrando que, no sábado (21), as Forças Armadas do país indicaram que "planos foram aprovados para estender a ofensiva". No domingo (22), um comunicado assinado pelo general Tamir Yedai, direcionado aos soldados, diz: "após dias de treinamento, vocês estão mais fortes do que nunca. É uma guerra e nós vamos vencê-la".

Riscos para Israel

O jornal Les Echos aborda os riscos que Israel corre se sua entrada na Faixa de Gaza se concretizar. "Israel pode ser atacado por aliados do Irã - como o Líbano, a Síria, o Iêmen e o Iraque", afirma o diário. No domingo, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollallahian, advertiu que a situação no Oriente Médio pode se tornar "incontrolável" caso não haja "imediatamente um fim aos crimes contra a humanidade e e ao genocídio em Gaza".

Les Echos lembra que, até o momento, confrontos ocorreram na fronteira entre Israel e o Líbano, onde atua o grupo xiita Hezbollah. No domingo, Tel Aviv anunciou a evacuação de 14 localidades israelenses próximas ao território libanês, temendo ataques no local. "Se o Hezbollah decidir entrar na guerra, ele cometerá o maior erro de sua existência. Vamos atacá-lo de uma maneira que não se pode imaginar", ameaçou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

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