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Caminhões com ajuda humanitária começam a chegar à Faixa de Gaza

Os primeiros caminhões com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza entraram na manhã de sábado (21) no território palestino pela fronteira de Rafah, no Egito. O carregamento, distribuído em 20 veículos, não contém combustíveis, apenas purificadores de água, alimentos e medicamentos para os hospitais. O posto de fronteira foi novamente fechado do lado egípcio, após a passagem dos caminhões, segundo testemunhas.

Caminhões com ajuda humanitária começaram a atravessar o posto de fronteira de Raffah, no Egito, para a Faixa de Gaza.
Caminhões com ajuda humanitária começaram a atravessar o posto de fronteira de Raffah, no Egito, para a Faixa de Gaza. AP - Fatima Shbair
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Vinicius Assis, correspondente da RFI no Cairo

O enclave estava isolado do mundo desde 7 de outubro, depois de o movimento extremista islâmico Hamas cometer o maior ataque terrorista da história de Israel e as autoridades israelenses adotarem um cerco total ao território palestino. 

Durante a madrugada de sexta-feira para sábado, Israel continuou a bombardear alvos do Hamas. A ONG Médicos do Mundo pede que os bombardeios cessem para que a ajuda humanitária possa ser distribuída aos civis. Os Estados Unidos e Israel alertaram que a liberação de mais ajuda vai depender de o Hamas não confiscar as mercadorias.

Uma conferência internacional para encontrar soluções para diminuir a escalada do conflito entre Israel e o Hamas foi aberta nesta manhã no Cairo. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participa do encontro, assim como representantes de países árabes, europeus, da União Africana e o secretário-geral da ONU, António Guterres. Rússia e Estados Unidos estão ausentes das discussões. 

Antes da cúpula, o chanceler brasileiro disse que era chegado o momento de pôr "um ponto final a esse derramamento de sangue e a essa guerra que, no fundo, afeta todo mundo”. Segundo Vieira, não é mais possível que o território palestino continue com "uma carência absoluta de todos os víveres, de todos os bens de primeira necessidade, até de água". O Brasil defende medidas de ajuda humanitária para aliviar o sofrimento da população de Gaza, "antes que a situação se transforme num problema humanitário de maior volume ainda”, afirmou o ministro.

Entre os objetivos dessa conferência estão conseguir um cessar-fogo, a criação de um corredor humanitário para o envio de ajuda por terra aos cerca de 2,4 milhões de moradores da Faixa de Gaza e a retirada de estrangeiros do território palestino, entre eles os cerca de 30 brasileiros que tentam escapar da guerra cruzando a fronteira com o Egito, atualmente fechada. Um ônibus já foi providenciado pela embaixada do Brasil no Egito para levar os brasileiros que estão na Faixa de Gaza para o Cairo e, posteriormente, de volta ao Brasil. 

ONU pede 'esforço contínuo' a Israel

Esse "primeiro comboio não deve ser o último", reagiu a ONU, pedindo um "esforço contínuo para fornecer bens essenciais", incluindo "combustível" à população de Gaza, "de forma segura, incondicional e sem obstáculos". Sem combustíveis, as usinas de dessanilização do território, essenciais para o fornecimento de água potável, tiveram de ser fechadas. Israel alega, por sua vez, que não irá liberar o fornecimento de combustível para que o Hamas utilize na fabricação de armas.  

Os líderes e a ONU também querem evitar que Israel volte a atacar a fronteira do Egito com a Faixa de Gaza. Nos últimos dias, a estrada local foi bombardeada, comprometendo o tráfego de veículos. 

Internamente, o governo egípcio também não quer que milhões de palestinos se refugiem no país, criando uma crise humanitária. A conferência também deve avaliar uma solução política de longo prazo para o conflito entre israelenses e palestinos.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 4.137 palestinos já morreram desde 7 de outubro e 2,3 milhões de moradores do enclave foram forçados a se deslocar do norte para o sul do território. Do lado israelense, 1.400 pessoas morreram, incluindo 307 soldados. O Hamas ainda mantém 210 pessoas como reféns na Faixa de Gaza, de acordo com o Exército israelense.

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