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Chegada de El Niño coloca países do Pacífico em estado de alerta

O Departamento Meteorológico Australiano anunciou na terça-feira (19), a formação do fenômeno climático El Niño, geralmente associado ao aumento das temperaturas e secas significativas que podem levar a incêndios florestais devastadores. A Austrália espera um verão no sul “mais quente que a média” e teme grandes incêndios. No Equador, o alerta meteorológico passou de amarelo para laranja diante da expectativa do El Niño.

Ruas inundadas de Esmeraldas, no Equador, em 5/6/23. O fenômeno El Niño provoca tempestades e enchentes todos os anos no país.
Ruas inundadas de Esmeraldas, no Equador, em 5/6/23. O fenômeno El Niño provoca tempestades e enchentes todos os anos no país. AP - Cesar Munoz
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Em julho, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) estimou em 90% as chances de formação do fenômeno durante o segundo semestre de 2023 e os alertas estão aumentando.

O serviço meteorológico do Equador mudou o alerta para laranja na segunda-feira devido à chegada “iminente” do fenômeno climático El Niño. “Isso significa que o Equador está passando de uma fase de prevenção para uma fase de preparação (…) Para isso, obtivemos um financiamento multilateral de mais de US$ 500 milhões”, declarou o presidente Guillermo Lasso na rede social X (anteriormente Twitter).

Segundo o chefe de Estado, os fundos obtidos serão utilizados para “fazer face à emergência rodoviária, adquirir maquinaria pesada (...) e adquirir 1.200 metros de pontes provisórias”.

“A presença do evento natural é iminente e pode coincidir com o período chuvoso do país durante o último trimestre do ano”, declarou por sua vez o secretário de Gestão de Riscos, Cristian Torres, citado num boletim presidencial.

O Equador já sofre com o aquecimento periódico das águas do Pacífico. O El Niño traz chuvas torrenciais ao país, que causam inundações e deslizamentos de terra mortais. O governo teme uma devastação este ano semelhante à de 1997 e 1998, em que quase 300 pessoas morreram e as perdas totalizaram cerca de US$ 3 bilhões.

Desde o início do ano, as chuvas já causaram a morte de cerca de uma centena de pessoas no Equador. E no vizinho Peru, o El Niño já provocou chuvas intensas, secas e geadas que vêm prejudicando a economia nos últimos três meses.

Austrália teme incêndios tão devastadores quanto há três anos

A Austrália, por sua vez, espera um verão sufocante no sul. Karl Braganza, analista do governo, disse que o fenômeno El Niño se instalou no Oceano Pacífico, coincidindo com a rara onda de calor de primavera que atualmente afeta o leste do país. Segundo ele, o El Niño contribuirá para o aquecimento dos oceanos, que registram temperaturas recordes desde abril. “Este verão será mais quente que a média e certamente mais quente do que nos últimos três anos”, alerta.

Bombeiros tentam apagar incêndio perto de Bundanoon, Austrália, 23/01/20.
Bombeiros tentam apagar incêndio perto de Bundanoon, Austrália, 23/01/20. AP - Noah Berger

“A chegada do El Niño aumentará significativamente a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e provocar calor mais extremo em muitas regiões do mundo e nos oceanos”, disse em julho o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas.

De acordo com o climatologista Andrew King, da Universidade de Melbourne, o El Niño aumenta o risco de incêndios e secas em partes da Austrália: “O clima excepcionalmente quente que estamos vendo atualmente no sudeste da Austrália pode ser a antecipação de condições extremas que podem se multiplicar nos próximos meses."

O país teme incêndios tão devastadores como os de 2019-2020. A onda de calor da primavera que varre o leste da Austrália segue-se ao inverno mais quente já verificado desde que os registros começaram a ser feitos, em 1910.

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