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Mais de 10% dos japoneses têm mais de 80 anos e 29% da população do país já passa dos 65

Mais de 10% dos japoneses têm mais de 80 anos, um índice que nunca havia sido registrado, segundo os dados divulgados pelo governo nipônico. O número de idosos – legalmente a partir de 65 anos – ultrapassa 29% da população. O anúncio antecedeu o Dia do Respeito ao Idoso, feriado nacional, nesta segunda-feira (18), comemorado desde 2003 na terceira segunda-feira de setembro.

O Japão é o país com maior número de idosos do mundo.
O Japão é o país com maior número de idosos do mundo. Getty Images/PeopleImages
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Há algumas décadas o Japão vê sua população diminuir e envelhecer à medida que os jovens se casam cada vez mais tarde, adiando os projetos de ter filhos, explica Frédéric Charles, correspondente da RFI no Japão.

Uma das principais razões é a precariedade do mercado de trabalho e crise econômica. Assim, a população não se renova, já que as mortes são mais numerosas que os nascimentos. Uma das consequências da mudança demográfica é que a população acaba por trabalhar até idades mais avançadas.

Assim, mais de nove milhões de pessoas com mais de 65 anos (25% da população nesta faixa etária) continuam trabalhando, o que representa 13,6% da população ativa. A projeção é de que em 2040 quase 35% da população japonesa supere 65 anos.

O Japão tem a mais alta porcentagem de pessoas idosas do mundo, explica o ministério japonês, seguido da Itália (com 24,5%) e Finlândia (23,6%). Dos 124 milhões de habitantes do Japão, 20 milhões têm mais de 75 anos (16,1%) e 12,59 milhões superam 80 anos (10,1%).

As mulheres são 56,6% da população idosa do Japão, atingindo 20,5 milhões, enquanto os homens são 15,7 milhões, refletindo a expectativa de vida maior para o sexo feminino.

A tendência tem feito os gastos com seguridade social aumentarem exponencialmente, inchando o déficit público, paralelamente à escassez de trabalhadores jovens e de pessoal qualificado para o cuidado de idosos.

O primeiro-ministro Fumio Kishida alertou que o país pode sofrer uma pane se não adotar medidas radicais. As políticas para incentivar a natalidade não têm dado resultados e as autoridades hesitam em aceitar a entrada de trabalhadores estrangeiros para suprir a falta de mão de obra. No ano passado, nasceram menos de 800 mil bebês pela primeira vez desde que os dados começaram a ser coletados, no século 19.

Feriado com saquê

Desde 1963, o governo japonês presenteia as pessoas que completam cem anos com uma taça de saquê comemorativa em prata. A primeira leva foi de 153 copos do tipo, há 60 anos. Em 2014, quase 30 mil idosos receberam o presente.

O aumento do número de centenários também levou à diminuição do tamanho da taça e à substituição da prata esterlina sólida por uma matéria mais barata, reduzindo pela metade os custos da lembrança. A medida resultou em uma economia de US$ 1 milhão do orçamento anual no país, de acordo com um relatório do Instituto Daiwa de Pesquisas.

(Com informações de agências)

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