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Irã: aniversário de um ano da morte de Mahsa Amini acontece sob forte vigilância do regime islâmico

Os iranianos que se opõem ao regime da República Islâmica comemoram neste sábado (16) o primeiro aniversário da morte sob custódia da jovem curda Mahsa Amini, que acabou desencadeando um vasto movimento de protesto no país. Os ativistas denunciam a repressão em curso no Irã, para desencorajar o ressurgimento de novas manifestações.

Os iranianos relembram o primeiro aniversário da morte sob custódia da jovem curda Mahsa Amini, que acabou desencadeando um vasto movimento de protesto no país. Os ativistas denunciam a repressão em curso para desencorajar o ressurgimento de novas manifestações. Em 16 de setembro de 2023.
Os iranianos relembram o primeiro aniversário da morte sob custódia da jovem curda Mahsa Amini, que acabou desencadeando um vasto movimento de protesto no país. Os ativistas denunciam a repressão em curso para desencorajar o ressurgimento de novas manifestações. Em 16 de setembro de 2023. REUTERS - ANUSHREE FADNAVIS
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De acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, o pai de Mahsa Amini foi detido brevemente neste sábado, num contexto de segurança reforçado por ocasião do primeiro aniversário da morte da filha. Amjad Amini foi avisado para não comemorar a data.

A agência de notícias oficial iraniana IRNA negou a prisão de Amjad Amini, sem especificar se ele havia sido detido brevemente ou se recebeu apenas uma advertência. Mas nas redes sociais, circularam informações de que as forças de segurança haviam cercado a casa de Amini, em Saqez, no oeste do Irã.

O presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, preferiu se reunir com famílias de membros das forças de segurança mortos durante o movimento de protesto de 2022. Em Mashhad, a segunda cidade do país, ele conversou com parentes de quatro policiais mortos nesta cidade do noroeste iraniano, em outubro e novembro do ano passado.

Raïssi saudou “o fracasso vergonhoso do projeto dos inimigos que visa desestabilizar” o Irã. Inspirados pelos protestos, muitos iranianos pediram o fim de mais de quatro décadas de poder religioso xiita. “O inimigo, que procurou impedir o progresso do país através de sedição e motins, está num estado de desespero e declínio”, disse ele, segundo o site da presidência.

Repressão

Nos últimos dias, as autoridades relataram a detenção de centenas de pessoas em várias regiões, acusando-as de querer incitar a população no aniversário da morte de Mahsa Amini.

Neste sábado, a agência de notícias Tasnim anunciou, citando um responsável local, a detenção de indivíduos “afiliados a grupos separatistas” que procuravam “causar insegurança” na província do Curdistão.

Na província de Khorasan do Norte (nordeste), a agência local Mehr informou, citando a polícia, “a detenção de indivíduos acusados ​​de terem encorajado os residentes “aos motins”.

A agência Irna indicou que “97 internautas” foram “identificados” em Isfahan (centro) por terem “perturbado a opinião pública na Internet por ocasião do aniversário dos motins”.

Desde o início do movimento de protesto, centenas de pessoas, incluindo membros da polícia, foram mortas e milhares de outras detidas. Sete homens foram executados após serem acusados ​​de matar ou ferir agentes da lei.

Num relatório divulgado no mês passado, a Anistia Internacional disse que as autoridades iranianas "submeteram as famílias das vítimas a prisões e detenções arbitrárias, impôs restrições cruéis a reuniões pacíficas em cemitérios e destruiu as lápides das vítimas”.

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