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Zelensky comemora recebimento de caças F-16 e garante: 'Rússia vai perder a guerra'

Em visita à Copenhague, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que está convencido de que a Rússia perderá a guerra, no momento em que Dinamarca e a Holanda anunciam a entrega dos caças de fabricação americana à Ucrânia. A Rússia, por sua vez, reagiu dizendo, também nesta segunda-feira (21), que a decisão dos dois países europeus de fornecer caças F-16 para a Ucrânia agravaria o conflito.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, embarcando em um caça F-16 na base aérea de Skrydstrup, em 20 de agosto de 2023.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, embarcando em um caça F-16 na base aérea de Skrydstrup, em 20 de agosto de 2023. © Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
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"Hoje estamos convencidos de que a Rússia perderá esta guerra", disse ele a uma multidão reunida perto do Parlamento dinamarquês.

As 19 aeronaves F-16 prometidas pela Dinamarca serão entregues gradualmente a Kiev: seis no final do ano, oito em 2024 e cinco no ano seguinte, de acordo com o primeiro-ministro dinamarquês.

"O mais importante é o que estamos provando com nossa vitória, nossa cooperação", continuou o presidente ucraniano. "Juntos, estamos provando que a vida tem valor, que as pessoas são importantes". "A liberdade é importante, a Europa é importante", acrescentou.

Decisão "histórica"

No dia anterior, Zelensky saudou a decisão "histórica" da Holanda e da Dinamarca de entregar um total de 61 caças F-16 de fabricação americana a seu país.

No domingo, ele viajou para esses dois países para examinar as aeronaves que Kiev tem exigido incansavelmente desde o início da invasão russa para combater as forças de Moscou, que são muito superiores nesse estágio do conflito.

Ameaça "nuclear"

Nesta segunda-feira (21), o embaixador russo na Dinamarca denunciou "uma escalada do conflito". "Ao tentar se blindar atrás da ideia de que a própria Ucrânia deve determinar as condições para a paz, a Dinamarca está buscando, por meio de suas ações e palavras, deixar a Ucrânia sem escolha a não ser continuar o confronto militar com a Rússia", disse o embaixador Vladimir Barbine.

Em sua opinião, essa decisão "empurra a Ucrânia para o abismo e condena seu povo a novas vítimas". "O fato de a Dinamarca ter decidido doar 19 aeronaves F-16 para a Ucrânia está levando a um agravamento do conflito", disse o embaixador russo Vladimir Barbin em uma declaração citada pela agência de notícias estatal dinamarquesa Ritzau.

Em julho, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou contra a entrega dos F-16, dizendo que Moscou os consideraria uma ameaça "nuclear".

Destino e função dos caças na guerra

Kiev disse que os aviões eram "essenciais" para conseguir expulsar as forças russas de seu território como parte da contraofensiva que vem progredindo lentamente, desde que foi lançada no início de junho. Os F-16 impediriam que os caças russos atacassem as forças no front de batalha.

"A superioridade aérea é a chave para o sucesso em terra", disse o porta-voz da Força Aérea, Yuri Ihnat, citado pela mídia ucraniana.

O ministro dinamarquês da Defesa, Jakob Ellemann-Jensen, deixou claro que a Ucrânia só poderia usar os F-16s em seu próprio território.

"Estamos fornecendo armas com a condição de que elas sejam condição de que sejam usadas para expulsar o inimigo do território ucraniano. E não mais do que isso", disse Jakob Ellemann-Jensen nesta segunda-feira.

Ajuda militar ocidental à Ucrânia

As entregas de caças F-16 prometidas a Kiev pela Holanda e Dinamarca ilustram a forma como o Ocidente se adaptou às necessidades da Ucrânia e aos desdobramentos no campo de batalha desde a invasão russa em fevereiro de 2022.

Os Estados Unidos são de longe o maior fornecedor de armas para a Ucrânia (€ 42,8 bilhões), à frente da Alemanha (€ 7,5 bilhões) e do Reino Unido (€ 6,6 bilhões), de acordo com os dados mais recentes (até o final de maio) do Instituto Kiel, que lista as armas prometidas e entregues à Ucrânia desde a invasão.

Os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) são os principais contribuintes em termos de financiamento.

De armas pequenas a mísseis

No início do conflito, em fevereiro e março de 2022, diante do avanço relâmpago da Rússia, os ucranianos receberam com urgência mais de 40.000 armas leves, 17.000 manpads - sistemas portáteis de defesa terra-ar - e equipamentos (capacetes, coletes à prova de balas, etc).

Quando o exército russo concentrou seus esforços, a partir do final de março de 2022, em Donbass e no sul, as entregas de lançadores múltiplos de foguetes, helicópteros de combate e drones começaram em abril, capazes de atacar além das linhas inimigas.

Apesar de seu recuo, Moscou atacou cidades ucranianas e infraestruturas de energia com mísseis e drones. Os países ocidentais então forneceram a Kiev sistemas de defesa antimísseis. Em particular, Washington enviou seu sistema Patriot de mísseis terra-ar de médio alcance.

 (Com AFP)

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