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Zelensky demite encarregados de recrutamento militar para acabar com corrupção no exército ucraniano

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, anunciou nesta sexta-feira (11) a demissão de todos os funcionários regionais encarregados do recrutamento militar para erradicar um sistema de corrupção.O exército russo anunciou que atacou uma base de "mercenários estrangeiros" em Zaporizhzhia, no sul. No oeste da Ucrânia, um menino de 8 anos morreu em bombardeios de forças russas.

Local atacado por mísseis russos, em Zaporizhzhia, Ucrânia (10/8/23).
Local atacado por mísseis russos, em Zaporizhzhia, Ucrânia (10/8/23). REUTERS - VIACHESLAV RATYNSKYI
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"Enriquecimento ilegal, legalização de fundos obtidos ilegalmente, lucros ilícitos, transporte ilegal dos recrutas através da fronteira. Nossa solução: demitimos todos os comissários militares", anunciou Zelensky no Telegram, após uma investigação anticorrupção.

O presidente informou que 112 investigações criminais foram iniciadas após uma inspeção feita, entre outros, pelos órgãos anticorrupção da Ucrânia, pelos serviços de segurança (SBU) e pelo Ministério Público.

"Há abusos em várias regiões. Donetsk, Poltava, Vinnitsia, Odessa, Kiev", denunciou, pedindo a seu comandante em chefe, Valeri Zaluzhi, que substitua os demitidos por veteranos da guerra deflagrada pela Rússia.

Segundo Zelensky, o recrutamento militar deve ser organizado por "soldados que passaram pela linha de frente, ou que não podem mais estar nas trincheiras porque não têm boa saúde, ou estão mutilados".

O presidente prometeu punir as autoridades corruptas.

Em julho, as autoridades ucranianas anunciaram a prisão preventiva de um ex-recrutador militar por suspeita de que ele teria gastado € 4 milhões para comprar uma casa de luxo na Espanha em plena invasão russa.

O combate à corrupção, mal endêmico na Ucrânia, é uma das condições da União Europeia para que mantenha sua candidatura ao bloco.

Em dois casos notórios, em maio, o presidente da Suprema Corte foi preso por corrupção e, em janeiro, um escândalo de irregularidades no aprovisionamento do Exército provocou uma cascata de demissões em ministérios, administrações regionais e no aparato judiciário.  

Mercenários

O exército russo anunciou que atacou uma base de "mercenários estrangeiros" em Zaporizhzhia, um dia depois de Kiev afirmar que um hotel foi destruído por forças russas na cidade do sul da Ucrânia.

"Na área da cidade de Zaporizhzhia, atacamos um local de mobilização temporária de mercenários estrangeiros", disse o porta-voz do Ministério russo da Defesa, Igor Konashenkov.

As autoridades ucranianas acusaram Moscou de bombardear um hotel naquela cidade, perto da frente sul.

O Ministério da Defesa da Rússia também afirmou, ainda, que "melhorou" sua posição no nordeste da Ucrânia, onde o Exército russo lançou uma contraofensiva em direção à cidade de Kupiansk.

"As unidades de assalto do grupo de combate do oeste (...) continuaram suas operações ofensivas ao longo da frente e melhoraram sua situação tática", disse o ministério, em seu informe diário.

Menino de 8 anos morto

De acordo com a Força Aérea ucraniana, o Exército russo lançou hoje quatro mísseis hipersônicos Kinzhal contra a região de Ivano-Frankivsk, no oeste do país, e apenas um deles pôde ser interceptado.

"Um míssil Kh-47 pôde ser destruído na região de Kiev. Os outros caíram perto de um aeródromo e danificaram infraestruturas civis. Além disso, um deles atingiu uma área residencial", relatou o exército ucraniano no Telegram.

Os bombardeios russos no oeste do território ucraniano são incomuns, já que essa área fica a centenas de quilômetros da frente de batalha, no leste e no sul do país.

As autoridades ucranianas já haviam informado, algumas horas antes, que um ataque russo com mísseis matara um menino de 8 anos, na região de Ivano-Frankivsk.

Um dos mísseis caiu sobre uma casa onde morava uma família com três filhos, disse ao Telegram o procurador-geral da Ucrânia, que investiga se houve outras vítimas fatais.

Os mísseis foram lançados das cidades russas de Tula e Lipetsk, localizadas respectivamente a 180 km e 460 km ao sul de Moscou, respectivamente.

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