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Repressão aumenta no Irã e polícia volta a perseguir mulheres sem véu

A polícia iraniana anunciou, neste sábado (15), que começou a aplicar várias medidas para identificar e aplicar sanções àqueles que não cumprirem o código de vestimenta imposto na República Islâmica. Segundo as autoridades, novos métodos serão implementados para punir as mulheres que estivem em público sem o hijab, véu usado pelas muçulmanas para cobrir a cabeça.

Iranianas desafiam as regras impostas pelo regime a andam pelas ruas de Teerã com a cabeça descoberta. Mas a polícia informou que pretende endurecer a fiscalização.
Iranianas desafiam as regras impostas pelo regime a andam pelas ruas de Teerã com a cabeça descoberta. Mas a polícia informou que pretende endurecer a fiscalização. AP - Vahid Salemi
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Em um comunicado publicado em seu site, a polícia iraniana informou que, "a partir de hoje", serão aplicadas "ações cuidadosamente planejadas" nas vias públicas, veículos e "lugares onde [as mulheres], às vezes, removem o hijab". De acordo com as autoridades, "a tecnologia será utilizada para a identificação inteligente das pessoas que infringirem a lei".

De acordo com a polícia, câmeras de vigilância permitirão identificar mulheres que não respeitam o véu na rua, em carros ou em shopping centers. Uma foto da pessoa sem hijab será enviada por SMS com um texto de advertência. Em caso de reincidência, ela será levada a tribunal e terá de pagar uma multa ou será privada de determinados serviços sociais, além de ser impedida de sair do país.

"Segundo as leis em vigor, o ato de remover o hijab é considerado crime", declarou o chefe de segurança da polícia, Hassan Mofakhmi, em um comunicado. "As pessoas que infringem a lei são responsáveis por seus atos e devem ser responsabilizadas por seu comportamento", acrescentou.

Mofakhmi disse ainda que serão enviadas advertências para as empresas cujas funcionárias retirarem o véu no local de trabalho, e que, em caso de reincidência, o negócio poderá ser encerrado.

A repressão contra as mulheres tem aumentado nos últimos meses no Irã, provocando vários protestos no país e no exterior. Centenas de pessoas morreram durante as manifestações. O estopim da onda de contestação foi a morte, em setembro de 2023, de uma jovem curda iraniana detida pela polícia, acusada de não usar o véu corretamente.

Em dezembro, após protestos inéditos, as autoridades locais anunciaram o fim da atuação da chamada polícia moral, entidade fundada em 2005. No entanto, menos de um mês depois, uma nova campanha para fiscalizar o hijab (véu) das mulheres foi lançada no país. Penas entre um e dez anos de prisão são previstas para quem descumprir a regra.

(Com informações da AFP)

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