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Rússia admite impacto negativo de sanções e firma acordo para exportar petróleo para a Índia

O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu nesta quarta-feira (29) que as sanções internacionais pela ofensiva na Ucrânia podem ter um impacto "negativo" na economia russa a "médio prazo", depois de se vangloriar nos últimos meses da capacidade do país para se adaptar a esta nova situação.

O presidente russo, Vladimir Putin, durante uma reunião com membros de seu governo, em 29 de março de 2023.
O presidente russo, Vladimir Putin, durante uma reunião com membros de seu governo, em 29 de março de 2023. via REUTERS - SPUTNIK
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"As sanções impostas à economia russa podem realmente ter um impacto negativo sobre ela a médio prazo", disse o presidente, em uma reunião com o governo, transmitida pela televisão.

É a primeira vez que Putin admite publicamente o impacto na economia nacional das inúmeras sanções internacionais, que afetam vários setores, incluindo do petróleo e gás.

Mais de um ano depois do início da ofensiva na Ucrânia, "o desemprego está no seu nível mais baixo", em 3,6%, e "no final de março, a inflação vai cair abaixo dos 4%", depois de ter subido para quase 20% um ano atrás, detalhou o presidente russo.

"Isso não significa que todos os problemas já estejam resolvidos", advertiu, dirigindo-se aos membros de seu gabinete.

"O retorno a uma trajetória de crescimento não deve nos levar a relaxar", acrescentou em seu discurso, no qual pediu esforços para "garantir a soberania econômica da Rússia".

Putin lançou um apelo ao governo e aos empresários para que "garantam o lançamento rápido de novos projetos nas indústrias transformadoras, particularmente na alta tecnologia", setor afetado pela saída de inúmeros especialistas para o exterior.

"Nosso sistema financeiro deve desempenhar um papel importante na resposta às necessidades dos exportadores. E temos que substituir as empresas ocidentais que trabalham nesse setor", frisou.

Petróleo russo

A gigante petrolífera russa Rosneft anunciou um contrato com um parceiro na Índia nesta quarta-feira (29) para "aumentar significativamente" o fornecimento de petróleo russo, enquanto Moscou, alvo de sanções ocidentais, busca redirecionar suas vendas para a Ásia.

Durante uma viagem à Índia de Igor Séchin, presidente da empresa estatal, "a Rosneft e a Indian Oil Company assinaram um acordo de longo prazo para aumentar significativamente o fornecimento de petróleo e diversificar as exportações para a Índia", disse a empresa em comunicado.

A Rosneft não especificou o valor do contrato assinado nem os volumes acordados.

Na terça-feira, a Rússia anunciou que suas exportações de petróleo para a Índia aumentaram 22 vezes em 2022.

O país, alvo de importantes sanções econômicas ocidentais e embargos de hidrocarbonetos desde sua ofensiva na Ucrânia, tenta redirecionar suas exportações de petróleo e gás para outros países, especialmente da Ásia.

Índia e China, grandes consumidores de energia, são os principais países com os quais a Rússia espera compensar os contratos perdidos na Europa.

Ao mesmo tempo, a dependência russa permite que China e Índia negociem a preços baixos, sem ter necessariamente de atrelar o valor ao dólar.

"As partes também discutiram possibilidades de fazer pagamentos em moedas nacionais", afirmou a Rosneft em seu comunicado.

(Com informações da AFP)

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