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Rússia se prepara para celebrar um ano da “operação especial” na Ucrânia

Uma série de eventos “patrióticos” estão previstos esta semana na Rússia. A programação, que coincide com o aniversário de um ano de sua invasão do território ucraniano, começa já nesta terça-feira (21), com um esperado discurso do presidente russo Vladimir Putin diante dos deputados e senadores, em Moscou.

Vladimir Putin faz seu discurso anual diante dos deputados e senadores russos, um dia antes de participar de um grande evento popular em um estádio de Moscou, e às vésperas do aniversário de um ano do início da ofensiva contra a Ucrânia.
Vladimir Putin faz seu discurso anual diante dos deputados e senadores russos, um dia antes de participar de um grande evento popular em um estádio de Moscou, e às vésperas do aniversário de um ano do início da ofensiva contra a Ucrânia. AP - Ilya Pitalev
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Com informações de Anissa El Jabri, correspondente da RFI em Moscou

Durante muito tempo, os canais de televisão russo praticamente ignoraram a ofensiva de Moscou na Ucrânia. Mas esta semana, um ano após o início da guerra, a data certamente não passará despercebida.  

Mesmo se o discurso de Putin sobre o Estado e a Nação já é uma tradição na Rússia, a intervenção do presidente, que foi adiada no ano passado já devido às tensões com a Ucrânia, é mais do que esperada. Desde o início do mês, o Kremlim vem informando que o presidente vai abordar “a situação atual”, como declarou o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov. “Atualmente, toda a nossa vida gira em torno desta operação”, disse o representante de Putin em uma entrevista ao jornal Kommersant.

O líder russo deve fazer seu discurso no Gostiny Dvor, um espaço de congressos perto da Praça Vermelha, no centro de Moscou. Tradicionalmente, o presidente faz um balanço do ano anterior e apresenta as novas orientações estratégicas do país aos parlamentares. E o chefe de Estado não deve ignorar o conflito. Prova disso, é esperado que ele convide soldados que participaram da operação na Ucrânia, conforme indicou Peskov.

O presidente também realiza uma espécie de comício gigante no dia seguinte (22), segundo a agência RIA Novosti. Este evento está previsto para acontecer no estádio Luzhniki, o mesmo onde a França enfrentou a Croácia na final da Copa do Mundo em 2018.

O local é simbólico, pois foi o mesmo onde, no ano passado, a anexação da Crimeia foi celebrada. Foi nesse mesmo estádio Luzhniki que Putin declarou, em março passado, que os russos iriam “cuspir a escória e os traidores como um mosquito que caiu em suas bocas”. Na época, o presidente fazia alusão àqueles que se opunham ao envio de soldados para lutar no território ucraniano.

Cerca de 200 mil pessoas são esperadas no encontro, que se apresenta como uma vitrine da popularidade de Putin.

O principal temor é que o líder russo anuncie uma nova ofensiva visando a Ucrânia. "Achamos que, considerando que [os russos] vivem no simbolismo, eles tentarão algo por volta de 24 de fevereiro", alerta o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, desde o início do mês.             

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