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Covid-19: Chineses viajam para Ano-Novo em meio à alta de contaminações; Pequim aumenta controle de informações

Os chineses lotam as estações de transporte do país, nesta quinta-feira (19), quando muitos voltam para casa para passar as festas, que começam com a virada do ano, no sábado à noite. A época é famosa por ter a maior migração anual de pessoas no mundo e os riscos de contaminação por Covid-19 preocupam muitos viajantes.

Com base no horóscopo chinês, 2023 é o Ano do Coelho. Muitos chineses viajam para passar as festas com suas famílias.
Com base no horóscopo chinês, 2023 é o Ano do Coelho. Muitos chineses viajam para passar as festas com suas famílias. AP - Sakchai Lalit
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Alguns passageiros estão receosos, como duas jovens vestidas com trajes de proteção completos. “Temos medo de contaminar nossas famílias, por isso compramos isso”, explica uma delas.

"Não tenho mais medo!", diz outra jovem, entrevistada em Xangai, horas antes de embarcar para a cidade costeira de Wenzhou (sudeste). “No ano passado, fui supercuidadosa. Este ano, me sinto muito mais corajosa” para pegar o transporte, completa ela.

Outro viajante contava que veria sua família pela primeira vez, em três anos. “Uma das primeiras coisas que farei é abraçar a minha mãe e o meu pai!”, disse.

Desde o dia 7 de janeiro, a China vive o “chun yun” (migração da primavera), período de 40 dias de viagens do Ano-Novo chinês. Este ano, a circulação da população dentro do país preocupa por favorecer ainda mais à propagação da Covid-19.

Onda epidêmica

A China abandonou a chamada política de saúde "zero Covid" no início de dezembro, após a desaceleração econômica e de grandes manifestações. Desde então, o número de contaminações disparou.

A empresa britânica de análises médicas Airfinity estima que o número de mortes diárias por Covid pode atingir um pico de cerca de 36.000 durante as férias.

A onda epidêmica sem precedentes, lota os hospitais e os crematórios, e foi amplamente atribuída ao súbito relaxamento das medidas de saúde.

Zona rural pode sofrer mais

O presidente Xi Jinping expressou a sua preocupação. Se as cidades beneficiam de modernas infraestruturas de saúde, a situação é muito mais incerta nas zonas rurais. "Estou particularmente preocupado com as áreas rurais e nossos amigos agricultores, que são muitos", disse o presidente chinês, segundo a agência de notícias Xinhua. "As condições de acesso a cuidados médicos de qualidade nas zonas rurais são relativamente limitadas, as medidas de prevenção e controle da epidemia aí são difíceis de implementar e a tarefa é por isso difícil", afirmou.

O aumento dramático de casos desde dezembro, juntamente com a aparente falta de transparência sobre as estatísticas oficiais, gerou muitas discussões online, num país com pouca tolerância ao contraditório. A Administração Chinesa do Ciberespaço, que funciona como a “polícia da Internet”, indicou, na quarta-feira, que iria intensificar, durante as férias, o seu combate à "informação falsa" de forma a prevenir "o exagero de pensamentos negativos".

A entidade pediu o combate aos "rumores" e aos "testemunhos (falsos) de pacientes", fabricados, segundo o regime, para comover os internautas. A campanha é justificada pela vontade de eliminar conteúdos que “enganem o público”.

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