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Isolada na ONU, Rússia bombardeia Kiev e outras regiões da Ucrânia

Novos mísseis disparados pela Rússia atingiram Kiev, na manhã de sábado (14), destruindo infraestruturas essenciais, segundo a presidência da Ucrânia. No aplicativo Telegram, o prefeito da capital, Vitali Klitschko, reportou explosões no bairro Dniprovskiy e pediu aos moradores para permanecerem em abrigos antiaéreos. Em um debate sobre o conflito ocorrido ontem no Conselho de Segurança da ONU, a Rússia ficou totalmente isolada.

Conseqüências do bombardeio na região de Donetsk.
Conseqüências do bombardeio na região de Donetsk. © Pavlo Kyrylenko
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De acordo com o prefeito de Kiev, detritos de um míssil caíram em uma área não residencial do bairro Golossivsky, na zona oeste da capital, provocando um incêndio, mas sem deixar vítimas. O governador da região, Oleksi Kouleba, disse que telhados e janelas em um loteamento de 18 casas na pequena localidade de Kopyliv, perto da capital, foram danificados por uma explosão.

Além de Kiev, as forças russas visaram outras localidades ucranianas. No leste do país, o governador da região de Kharkiv, Oleg Sinehoubov, anunciou que a cidade foi atingida por dois mísseis de modelo S-300. Os ataques atingiram instalações energéticas e industriais, detalhou o governador.

Também foram relatados disparos mais ao sul, na região de Zaporíjia. "O inimigo está novamente atacando o território da Ucrânia", disse Igor Taburets, administrador da região central de Cherkasy, acrescentando que ele esperava alertas em larga escala até o meio-dia.

Desde outubro, após uma série de contratempos na Ucrânia, Moscou tem bombardeado metodicamente a infraestrutura vital do país, forçando as empresas de energia a restaurar a rede o mais rápido possível à medida que o inverno se torna mais rigoroso. Na linha de frente, a luta por Soledar "continua", informou o Estado-Maior ucraniano na noite de sexta-feira (13), sem dar mais detalhes.

Batalha de comunicação em torno de Soledar

Moscou e Kiev travam, nas últimas 24 horas, uma batalha de comunicação sobre a situação na região do Donbass (leste), onde ficam províncias que a Rússia reivindica ter anexado.

A Ucrânia desmentiu a derrota de seu Exército em Soledar, cidade de 10 mil habitantes antes do início da guerra, praticamente destruída pelos bombardeios russos nas últimas semanas. Segundo analistas, a localidade não tem grande importância estratégica, mas Moscou obriga o Exército ucraniano a permanecer mobilizado nesta batalha de artilharia considerada uma das mais sangrentas até agora, com altíssimas perdas humanas para os dois lados.

O Ministério da Defesa russo declarou na sexta-feira que havia conquistado Soledar e agradeceu aos mercenários do grupo Wagner, implicados nessa frente de combate. Porém, testemunhos de soldados ucranianos a repórteres franceses que estão na região, e acompanham os combates, apontam que os mercenários ainda não venceram, embora atuem como "loucos que parecem drogados", disse um combatente ucraniano ao portal de notícias France Info.

"Eles [mercenários] matam os feridos para não ter de socorrê-los, perder tempo ou pagar indenização", afirmou outro soldado ucraniano aos jornalistas franceses.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram corpos espalhados pelas ruas de Soledar e imensas crateras abertas pelos morteiros e obuses lançados pelos russos nos arredores. Muitos mercenários, de acordo com diversas fontes, são ex-prisioneiros que não têm a menor esperança de sair vivos do conflito.

Debate na ONU 

Prestes a completar um ano, a guerra na Europa esteve em debate na sexta-feira no Conselho de Segurança da ONU. A Ucrânia continua defendendo a paz e a criação de um tribunal especial para o julgamento de crimes de guerra e contra a humanidade. Porém, embora isolada, a Rússia impõe como condição para qualquer cessar-fogo a rendição da Ucrânia.

"O Conselho de Segurança tem 15 membros e 14 deles pediram o fim dos bombardeios e o encaminhamento de uma solução negociada", relatou o representante permanente da França na ONU, Nicolas de Rivière. O diplomata afirma que Moscou expõe claramente seus objetivos, e a rendição da Ucrânia é uma premissa para qualquer negociação. "O representante permanente da Rússia no Conselho de Segurança disse que ou a Ucrânia cede às exigências de Moscou, ou a solução será militar", acrescentou o embaixador francês.

RFI e AFP

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