No dia em que se completam 10 meses de guerra na Ucrânia, ataque deixa mortos e feridos em Kherson
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou neste sábado (24) um ato de "terror" russo para "intimidar" os ucranianos, depois que um ataque no centro de Kherson, no sul da Ucrânia, deixou pelo menos cinco mortos e 20 feridos.
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"Nesta manhã de sábado, véspera de Natal, no centro da cidade. Não são instalações militares. Não é uma guerra com regras definidas. Isso é terror, isso é matar para intimidar e por prazer", criticou Zelensky nas redes sociais.
O vice-chefe da administração presidencial, Kyrylo Tymoshenko, anunciou "pelo menos cinco mortos e 20 feridos" neste bombardeio.
“O mundo deve ver o mal absoluto contra o qual estamos lutando”, escreveu Volodymyr Zelensky, mais uma vez chamando o exército russo de “terrorista”.
This is not sensitive content – it's the real life of 🇺🇦.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 24, 2022
Kherson. On the eve of Christmas, in the central part of the city. It's terror, it's killing for the sake of intimidation and pleasure.
The world must see what absolute evil we are fighting against. #russiaisateroriststate pic.twitter.com/ll1KAjHRom
O ataque acontece no dia em que a guerra, iniciada pela invasão russa à Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, completa oficialmente dez meses.
A RFI faz um balanço destes dez meses de guerra com a nossa enviada especial à Ucrânia, Catalina Gómez. Com a chegada do inverno, a situação se deteriorou bastante devido aos ataques russos às infraestruturas energéticas. Apesar de tudo, ucranianos tentam recuperar pequenos momentos de normalidade.
Natal no contexto bélico
A enviada especial conta como os ucranianos se preparam para viver o Natal neste contexto bélico que se prolonga no tempo. Essas datas são comemoradas em partes do país, já que metade dos ucranianos são cristãos ortodoxos e regidos pelo calendário juliano. Por esta razão, celebram o Natal 15 dias depois, em muitos casos.
Apesar de tudo, os ucranianos tentam recuperar um pouco a aparência de normalidade, enquanto o conflito se consolida no tempo, e confiam que, com o renovado apoio dos Estados Unidos e a chegada de novas armas, eles poderão aumentar a pressão sobre os russos.
Com o passar dos meses e sobretudo com a chegada do inverno, a situação se deteriorou enormemente devido aos ataques russos às infraestruturas energéticas e não só às cidades do front, mas também a outras localidades.
Sobre os bombardeios deste sábado, a correspondente da RFI afirma que Putin está apostando em quebrar o moral dos ucranianos. "Hoje está muito frio e os ucranianos seguem dizendo que têm de continuar a resistir, que estão cansados da guerra, mas mesmo com tudo isso, conhecem bem o inimigo e sabem que têm de continuar. Entre agora e fevereiro há dois meses muito difíceis...", conta Gómez.
Não é só pela Ucrânia
Poucos dias após a visita de Zelensky aos Estados Unidos, os ucranianos valorizam seus esforços e lhe são extremamente gratos, "mas também lembram que não é apenas uma luta pela Ucrânia, mas algo maior está em jogo". "Eles entendem que é uma luta que pode se espalhar para fora de seus territórios, para outros que já fizeram parte da ex-URSS", afirma Gómez.
Ninguém sabe quando esta guerra vai terminar. "Todo mundo está cruzando os dedos para que terminte logo, mas ao mesmo tempo se preparando para que isso se prolongue", diz a enviada especial. Mas sim, há uma certa esperança de que, com a chegada de novas armas, a pressão sobre os russos aumentará e os fará recuar.
(Com AFP)
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