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Irã condena mais três pessoas à morte por envolvimento em protestos pela morte da jovem Mahsa Amini

Outras três pessoas, indiciadas por envolvimento nas manifestações no Irã, foram condenadas à morte nesta quarta-feira (16), informou o site Mizan Online, da Autoridade Judicial. Essas penas capitais elevam a cinco o número de pessoas condenadas à pena capital desde o início dos protestos iniciados a partir da morte, há dois meses, de Mahsa Amini, uma curda de 22 anos detida por violar o rígido código de vestimenta, que exige que as mulheres usem o véu islâmico em público.

Iranianos protestam contra a morte de Mahsa Amini, na frente do Instituto de Direitos Humanos, em Santiago do Chile (30/09/22).
Iranianos protestam contra a morte de Mahsa Amini, na frente do Instituto de Direitos Humanos, em Santiago do Chile (30/09/22). AP - Esteban Felix
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Os protestos têm sido duramente reprimidos. Centenas de pessoas foram detidas.

Das três pessoas condenadas hoje, uma jogou seu carro contra policiais, matando um deles; a segunda feriu um segurança com uma faca, e a terceira tentou bloquear o trânsito e "semear o terror", segundo as acusações.

Essas penas capitais elevam a cinco o número de pessoas condenadas à morte desde o início dos protestos.

Pouco antes, o Mizan Online indicou que um "desordeiro" havia sido condenado à morte.

E no domingo, um tribunal de Teerã já havia condenado à morte uma pessoa considerada culpada de "incendiar um prédio do governo, perturbar a ordem pública, reunir e conspirar para cometer um crime contra a segurança nacional, ser inimiga de Deus e propagar a corrupção na Terra".

Outras cinco pessoas também foram condenadas a penas entre cinco e dez anos de prisão por "reunir-se e conspirar para cometer crimes contra a segurança nacional e perturbar a ordem pública".

No mesmo julgamento, um tribunal condenou outra pessoa à morte sob a acusação de "aterrorizar pessoas na rua usando uma faca, incendiar a motocicleta de um cidadão e atacar um indivíduo com uma faca", informou Mizan Online.

Por se tratar de um tribunal de primeira instância, os condenados podem apelar, segundo a agência.

Na terça-feira (15), comerciantes em todo o país cruzaram os braços e não abriram seus estabelecimentos em protesto contra a morte de Mahsa. 

Mais de dois mil indiciamentos

Desde o início dos protestos, há dois meses, mais de 2.000 pessoas foram indiciadas, metade delas em Teerã, segundo dados da Justiça.

A agência oficial Irna indicou que dois guardas revolucionários e um paramilitar foram mortos na terça-feira durante as manifestações.

Citando uma fonte militar, a Irna informou que Reza Almassi, um coronel da Guarda Revolucionária, foi morto "por balas disparadas por um agitador" em Bukhan, uma cidade de maioria curda na província do Azerbaijão Ocidental (noroeste).

Segundo a mesma fonte, outro membro da Guarda Revolucionária, Reza Azarbar, foi morto baleado por desconhecidos em Kamyaran, localidade do Curdistão (noroeste).

Em Shiraz (sul), um membro da Bassidj, uma milícia paramilitar ligada à Guarda Revolucionária, foi morto "durante os distúrbios" na noite de terça-feira, segundo a Irna.

A agência também relatou a morte de um estudante devido a ferimentos na cabeça durante uma manifestação.

O aluno, de uma escola religiosa da Bassidji em Shiraz, foi "alvo de um coquetel molotov lançado por manifestantes e depois levado para o hospital", segundo a Irna, que cita o promotor da província de Fars, Mustafa Bahreïni.

Desde que os protestos começaram em meados de setembro, a mídia estatal iraniana informou que mais de 30 membros das forças de segurança foram mortos em incidentes "relacionados a tumultos".

Além disso, pelo menos seis membros da Guarda Revolucionária morreram em episódios de violência na cidade de Zahedan, capital da província de Sistão-Baluchistão (sudeste) em 30 de setembro.

(Com AFP)

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