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Israel: Benjamin Netanyahu é encarregado de formar um novo governo

Vitorioso nas eleições legislativas de 1º de novembro, Benjamin Netanyahu foi oficialmente nomeado, neste domingo (13), pelo presidente de Israel para formar um novo governo. Ele tem até 42 dias para concluir esta tarefa e terá de negociar com seus aliados de extrema-direita e ultraortodoxos.

Benjamin Netanyahu, ex-primeiro-ministro israelense e líder do partido Likud, cumprimenta seus apoiadores, quarta-feira, 2 de novembro de 2022.
Benjamin Netanyahu, ex-primeiro-ministro israelense e líder do partido Likud, cumprimenta seus apoiadores, quarta-feira, 2 de novembro de 2022. © AP/Maya Alleruzzo
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Com informações do correspondente da RFI em Jerusalém, Michel Paul

"Eu lhe dou o mandato para formar um governo", disse Isaac Herzog, ao lado de Netanyahu, durante uma entrevista coletiva em Jerusalém, neste domingo.

“Serei o primeiro-ministro de todos, daqueles que votaram em nós, mas também de todos os outros. É minha responsabilidade”, declarou Benjamin Netanyahu, de 73 anos, ao iniciar a formação do novo governo israelense.

Se conseguir, será a sexta vez que "Bibi", como é chamado, será primeiro-ministro. Por outro lado, desta vez ele estará à frente do governo mais de direita que o país já conheceu.

Em tese, a tarefa não parece complicada, já que 64 deputados eleitos, entre 120, deram o seu apoio à formação da coalizão. Porém, na prática as coisas parecem muito menos fáceis devido ao apetite excessivo das cinco formações parceiras do Likud, o partido de Netanyahu.

A divisão das pastas ministeriais será o maior desafio. A da Segurança e Defesa poderia ser atribuída a um partido de extrema-direita racista e homofóbico. Entre os ultraortodoxos, o líder do partido sefardita Shass, Arieh Dery, revigorado por seus 11 assentos no Parlamento, está de olho nas Finanças ou no Ministério do Interior, segundo a imprensa. Dery foi condenado por evasão fiscal, em 2021, e já havia sido preso por corrupção.

Além do desejo de conferir mais poderes às forças de segurança, a extrema-direita pressiona por uma reforma do sistema judicial, em particular para que os funcionários públicos e os eleitos não possam mais ser processados ​​por quebra de confiança, uma das acusações movida contra Netanyahu.

Processo por corrupção

Benjamin Netanyahu volta à cena política, apesar de ter sido acusado de corrupção e enquanto seu julgamento ainda está em andamento. O presidente Herzog disse "para não esquecer" nem "minimizar" essas acusações - que Benjamin Netanyahu rejeita - e lembrou que a Suprema Corte já havia autorizado um legislador indiciado a formar um governo. Em Israel, o primeiro-ministro não tem imunidade judicial, mas não precisa renunciar durante seu julgamento.

O programa político da nova coalizão também é debatido. Netanyahu defende o fortalecimento dos assentamentos de colonos israelenses, um ataque frontal à Suprema Corte e o não reconhecimento das conversões ao judaísmo praticadas por rabinos não ortodoxos.

O primeiro-ministro prometeu, no entanto, "um governo estável e eficiente, um governo responsável e comprometido".

Reação dos palestinos

Do lado palestino, os resultados eleitorais foram vistos com fatalismo. O primeiro-ministro Mohammed Shtayyeh disse que "não tinha ilusões de que as eleições produziriam um parceiro para a paz".

Sob os governos anteriores de Netanyahu, os assentamentos israelenses nos Territórios Palestinos Ocupados aumentaram e foram assinados acordos de normalização com países árabes considerados "traição" pelos palestinos.

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