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Após dezenas de mortos em Gaza, Israel diz ter atingido objetivo e gera esperança de um cessar-fogo

Neste terceiro dia de violências na Faixa de Gaza, o balanço de vítimas fatais aumenta para 32 mortos, entre eles, seis crianças. Israel afirma que a operação militar contra a Jihad Islâmica atingiu seus objetivos, mas os ataques continuam neste domingo (7).

Membros da defesa civil palestina prestam atendimento a vítimas, depois de uma explosão em Jebaliya, no norte da Faixa de Gaza, neste domingo (7).
Membros da defesa civil palestina prestam atendimento a vítimas, depois de uma explosão em Jebaliya, no norte da Faixa de Gaza, neste domingo (7). AP - Ahmad Hasaballah
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Com informações de Michel Paul, correspondente da RFI em Jerusalém, e da AFP

Pela primeira vez desde o início desta nova onda de violências entre israelenses e palestinos, uma saída para o conflito pode estar próxima. As mídias de Israel afirmam que uma fonte do governo indicou que os objetivos da operação foram atingidos. Várias autoridades acreditam que um cessar-fogo possa ocorrer ainda neste domingo. 

No sábado, o Egito, mediador histórico entre Israel e Gaza, afirmou que tentava dialogar com as duas partes. No entanto, até o momento, não há nenhum acordo sobre a reabertura da passagem de Kerem Shalom para o envio de combustíveis ao enclave. A única central elétrica do local deixou de funcionar ontem devido à falta de óleo diesel proveniente de Israel. 

Novos ataques do exército israelense ocorreram na última noite, durante a operação que, segundo o governo de Israel, tem o objetivo de proteger o país do grupo Jihad Islâmica. O movimento anunciou ter lançado novos foguetes contra o território israelense, mas segundo Tel Aviv, seu poderoso sistema de defesa aéreo bloqueou 97% dos projéteis. 

Tiros foram interceptados perto de Jerusalém, pela primeira vez desde sexta-feira, aumentando a tensão na cidade. Milhares de nacionalistas judeus estão na Esplanada das Mesquitas para o feriado de Tisha Beav. Para garantir a segurança da população, um dispositivo especial da polícia foi colocado em prática. 

O temor das autoridades é que o conflito seja levado para a Cidade Santa e que haja confrontos entre judeus e árabes. Perto de onde milhares de pessoas celebram o tradicional jejum neste domingo está a mesquita Al-Aqsa, terceiro lugar sagrado do Islã. 

Vários deputados árabes pediram que o governo não permita provocações por parte de radicais. No entanto, representantes da extrema direita israelense já começam a se manifestar, entre eles o deputado ultranacionalista Itamar Ben Gvir, que fez um pedido para que as autoridades não cedam "diante da Jihad Islâmica". 

Bombardeios e prisões 

Neste domingo, o exército israelense anunciou a detenção de 20 membros da Jihad Islâmica na Cisjordânia ocupada. Outros 20 militantes da organização foram presos no sábado, na mesma região.

O comandante de operações do exército israelense, Oded Basik, afirmou em um comunicado que vários membros da "alta cúpula da ala militar da Jihad Islâmica em Gaza foi neutralizada". Entre eles, está Taysir al Jabari "Abu Mahmud", um dos principais líderes do grupo armado, morto na sexta-feira (5) e Khaled Mansour, um alto comandante que faleceu em um ataque em Rafah. 

Israel alega que seus ataques, iniciados há três dias de forma "preventiva" diante de possíveis represálias após a detenção de um líder da Jihad Islâmica na Cisjordânia, são direcionados contra locais de fabricação de armas em Gaza.

No sábado, o exército israelense anunciou que se preparava para uma "operação de uma semana". Já o primeiro-ministro Yair Lapid disse que os ataques continuariam pelo tempo "necessário". De seu lado, a Jihad Islâmica respondeu que o conflito "estava apenas começando". 

Até o momento, o Hamas, movimento islamita que governa Gaza desde 2007, não se envolveu nesta escalada de violências. No entanto, fez um alerta em um comunicado contra as "incursões" israelenses que poderiam levar a uma situação "fora de controle".

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