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China lança mísseis balísticos em torno de Taiwan; EUA denunciam irresponsabilidade

O Exército chinês realiza exercícios militares em torno de Taiwan, informou a televisão estatal de Pequim nesta quinta-feira (4). Estas manobras devem acontecer até domingo (7) ao meio-dia, hora local. Autoridades taiwanesas disseram que a China tem lançado "múltiplos" mísseis balísticos durante os exercícios militares. 

China iniciou exercícios militares, incluindo disparos nas águas e no espaço aéreo em torno da ilha de Taiwan, conforme noticiado ao vivo pela televisão estatal chinesa, em Hong Kong, China, 4 de agosto de 2022.
China iniciou exercícios militares, incluindo disparos nas águas e no espaço aéreo em torno da ilha de Taiwan, conforme noticiado ao vivo pela televisão estatal chinesa, em Hong Kong, China, 4 de agosto de 2022. REUTERS - TYRONE SIU
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O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, classificou como irresponsáveis as manobras militares realizadas pela China em resposta à visita da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan, e alertou sobre o perigo da situação sair do controle.

"Acho que o que a China está fazendo aqui não é responsável", disse Sullivan, em entrevista à Rádio Pública Nacional.

Pequim realizou exercícios militares em torno de Taiwan nesta quarta-feira em resposta à visita de Pelosi à ilha independente e democrática que a China considera parte de seu território.

"Sempre que um militar participa de uma série de atividades que incluem a possibilidade de testes de mísseis, exercícios de tiro real, ou aviões de combate que cruzam o céu e navios que se movem nos mares, a possibilidade de (que aconteça) algum tipo de incidente é real", afirmou Sullivan, que pediu a Pequim para diminuir as tensões no Estreito de Taiwan.

"O que esperamos é que a RPC (República Popular da China) aja com responsabilidade e evite o tipo de escalada que pode levar a um erro de cálculo no ar ou nos mares", acrescentou o funcionário.

Viagem foi vista como provocação

Pelosi, a segunda na linha de sucessão presidencial, viajou a Taiwan na terça-feira (2), desafiando as ameaças de Pequim, que vê a visita como uma grande provocação.

Se sua viagem a este território reivindicado pela China durou menos de 24 horas, Pelosi, a mais alta autoridade eleita norte-americana a visitar Taipei em 25 anos, desencadeou a fúria de Pequim.

A China reagiu imediatamente, anunciando exercícios militares "necessários e justos" nas águas da costa de Taiwan, algumas das vias navegáveis mais movimentadas do mundo.

Após a partida de Pelosi, o ministro da Defesa de Taiwan anunciou que 27 caças chineses entraram na zona de defesa aérea da ilha.

Nos últimos dois anos, Pequim aumentou o número de incursões militares na zona de defesa de Taiwan - um espaço maior do que o espaço aéreo da ilha -, mas continua sendo uma ocorrência relativamente rara.

Preparação para a guerra

As forças armadas de Taiwan disseram, nesta quinta-feira, estarem "se preparando para a guerra sem buscar a guerra", quando a China iniciou as maiores manobras militares da história ao redor da ilha.

O ministro das Relações Exteriores da União Europeia, Josep Borrell, condenou nesta quinta-feira as manobras militares "agressivas" da China, dizendo que "não há justificativa" para usar a visita de Pelosi a Taiwan "como pretexto".

“É normal que parlamentares de nossos países viajem internacionalmente”, escreveu ele no Twitter, à margem de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

A ASEAN alertou nesta quinta-feira para os riscos causados ​​pelas tensões em torno do Estreito de Taiwan, que podem levar a "erros de julgamento, confrontos graves, conflitos e ter consequências imprevisíveis para as grandes potências".

Os ministros das Relações Exteriores dos países membros da ASEAN emitiram um comunicado após uma reunião em Phnom Penh, onde o Camboja, país anfitrião, pediu uma redução das tensões em torno de Taiwan.

(Com informações da AFP)

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