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Família Bin Laden doou mais de R$ 6 milhões à Fundação Príncipe Charles

O príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, aceitou uma doação para sua fundação de £ 1 milhão (cerca de R$ 6,3 milhões) da família Bin Laden, informa o Sunday Times. Muitos de seus assessores teriam insistido para que a fundação não aceitasse esse pagamento da abastada família do mandante dos atentados de 11 de setembro de 2001, Osama bin Laden, de acordo com as fontes citadas no artigo do jornal britânico.

O príncipe Charles durante o discurso do trono, em 10 de maio de 2022, em Londres.
O príncipe Charles durante o discurso do trono, em 10 de maio de 2022, em Londres. © AP/Alastair Grant
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Ainda que os membros da família saudita, que repudiaram Osama bin Laden, não sejam suspeitos de um possível crime, essa informação aumenta a atenção em torno da fundação do príncipe Charles, que está sob uma investigação da polícia lançada em fevereiro.

A investigação visa justamente estabelecer se as doações para a Fundação Príncipe Charles foram recompensadas com títulos honoríficos e se foram usadas para apoiar um pedido de naturalização feito por um empresário saudita, Mahfouz Marei Mubarak ben Mahfouz.

O acordo sobre a doação de £ 1 milhão do patriarca da família saudita, Bakr bin Laden (meio-irmão de Osama) e seu irmão Shafik, data de 2013, durante uma reunião em Londres entre Bakr bin Laden e o príncipe Charles, acrescenta o Sunday Times. Ian Cheshire, presidente da fundação, diz que a doação foi aceita na época por todos os cinco curadores.

O caso sobre o qual a Scotland Yard iniciou uma investigação foi revelado no ano passado e respingou sobre o herdeiro do trono britânico de 73 anos. Seu antigo assistente Michael Fawcett, conhecido por ser muito próximo de Charles, é suspeito de ter usado sua influência para ajudar o empresário saudita Ben Mahfouz, generoso doador de instituições de caridade ligadas à monarquia britânica, a obter uma condecoração.

Fundação Mahfouz

Mahfouz, que nega qualquer irregularidade, teria doado grandes somas de dinheiro para projetos de restauração. Michael Fawcett, no entanto, se demitiu em novembro de 2021.

Uma investigação também foi lançada em novembro passado pelo órgão regulador inglês de instituições de caridade para apurar se a Fundação Mahfouz, do rico empresário saudita, recebeu doações destinadas à fundação do príncipe Charles. “A investigação vai analisar se certas doações recebidas pela Fundação Mahfouz foram destinadas à organização, se foram usadas de acordo com a intenção dos doadores ou se devem ser devolvidas”, explicou a comissão na época.

A Fundação Príncipe Charles, criada em 1986, não é regulada por esta comissão, mas depende do regulador escocês de instituições de caridade. O órgão regulador também abriu uma investigação sobre centenas de milhares de euros de um doador russo.

O Grupo Bin Laden, maior império de construção da Arábia Saudita, fundado pelo pai de Osama bin Laden em 1931, enriqueceu por décadas graças à sua proximidade com a família real britânica. Mas o grupo agora estaria cheio de dívidas.

* Nota da redação: na versão inicial da matéria, houve um equívoco na conversão dos valores. O erro foi corrigido posteriormente. O montante da doação foi de  £ 1 milhão (cerca de R$ 6,3 milhões).

(Com informações da AFP)

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