Covid-19: Queda de exportações chinesas gera temores de escassez no Japão
No Japão, as prateleiras dos supermercados começam a ficar vazias. Devido à política “zero Covid” de Xi Jinping, com rígidos lockdowns impostos em Xangai e em Pequim, o funcionamento das empresas chinesas que exportam produtos em toda Ásia, inclusive para os japoneses, está perturbado.
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Bruno Duval, correpondente da RFI em Tóquio
No Japão, aparelhos de ar-condicionado, cosméticos, roupas e máquinas fotocopiadoras “made in China” se tornaram objetos raros. Falta de produtos nos estoques, atrasos nas entregas e clientes descontetes viraram problemas quotidianos para os vendedores.
“Não aceitamos mais enconmendas para lavadoras de roupa, panelas de pressão elétricas, fornos micro-ondas ou ares-condicionados. Pedimos aos clientes que voltem dentro de um mês e explicamos que talvez ainda não tenhamos recebido o produto até o fim do verão”, que começa em junho no hemisfério norte, diz um vendedor entrevistados pela RFI, que trabalha em uma loja de eletrodomésticos.
“É terrível, nossos estoques diminuem a olhos vistos. Neste rítmo, corremos o risco de ter que fechar a loja em um mês ou dois porque não teremos mais nada para vender”, diz outro vendedor que trabalha em uma loja de bicicletas.
“Para piorar a situação, a cotação do alumínio explodiu desde o começo da guerra da Ucrânia, o que vai deixar as bicicletas ainda mais caras. Como se o problema chinês não fosse suficiente”, lamenta.
Desaceleração com a pandemia
A economia japonesa está demorando a retomar ao rítmo anterior à pandemia. A ruptura da cadeia de abastecimento chinesa chega em um mau momento, de acordo com o analista financeiro Toshihiro Nagahama.
“A China era o primeiro parceiro comercial do Japão, as perturbações causadas pela política ‘zero Covid’ representam perdas de quase um bilhão de euros por mês para o PIB japonês”, constata o analista.
Mais de dois terços das empresas do Japão afirmam que foram prejudicadas pelas medidas de confinamento impostas na China.
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