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Apesar de cortes de rotas aéreas e ferroviárias, Rússia não está isolada do mundo

A tentativa de pressionar o regime de Moscou desde o início da ofensiva militar lançada contra a Ucrânia passa pelo isolamento geográfico. As rotas aéreas que ligam o território russo aos Estados Unidos, à União Europeia e à Suíça já foram cortadas, assim como a linha ferroviária Allegro, que partia de São Petersburgo com destino a Helsinki, na Finlândia. Mas os russos ainda dispõem de vários trajetos alternativos.

O trem Allegro, que ligava São Petersburgo a Helsinki, era a última rota ferroviária direta entre a Rússia e a União Europeia.
O trem Allegro, que ligava São Petersburgo a Helsinki, era a última rota ferroviária direta entre a Rússia e a União Europeia. AP - Markku Ulander
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Anissa El Jabri, correspondente da RFI em Moscou

A interrupção do trem Allegro no domingo (27) foi vista com um símbolo forte da estratégia de isolamento da Rússia. Inaugurada há doze anos com pompa, com Vladimir Putin entre os passageiros na primeira viagem, a linha era vista como um dos símbolos das relações entre a Rússia e a Europa e era a última linha ferroviária ainda em atividade entre o território russo e a União Europeia desde o início do conflito.

Apesar das sanções europeias contra Moscou e do fechamento das várias conexões aéreas e terrestres, o trajeto havia sido mantido para permitir que cidadãos finlandeses ou russos – únicas nacionalidades autorizadas a embarcar – saíssem da Rússia. Porém, a via férrea não era a única alternativa, já que as fronteiras terrestres ainda estão abertas, e é possível fazer a viagem de carro ou de ônibus.

No caso das linhas aéreas, a situação é mais complicada. Para quem pretende sair do território russo com destino aos Estados Unidos ou à União Europeia, é necessário passar pelos poucos países que ainda mantém ligações diretas com a Rússia. No continente europeu, apenas a Sérvia propõe voos.

Outra opção é passar pela Ásia Central, onde os russos podem circular sem visto em quase toda a região. A viagem também pode ser feita via Azerbaijão, Armênia e Turquia, para onde muitos cidadãos russos se mudaram desde o início do conflito.

Também é possível transitar pela Índia ou China, sem esquecer países como Vietnã e Tailândia, que aliás fazem parte dos destinos favoritos dos russos nas férias. Dubai, Tel Aviv e algumas cidades do Egito completam a lista.

Passagens mais caras e Sochi como rota alternativa

Vários aeroportos do sul da Rússia – mais próximos da fronteira com a Ucrânia – foram fechados pelas autoridades. Os aviões entre Everan, na Armênia, e Moscou, não sobrevoam mais esta zona. Por essa razão, os trajetos levam mais tempo e custam mais caro.

A exceção é a estação balneária de Sochi, ao sul, quase na fronteira com a Geórgia, onde a atividade aérea continua, inclusive com um aumento no número de voos chegando e partindo da cidade, que pode se tornar um novo hub aéreo na região. A companhia russa Aeroflot já anunciou vários voos sem escala entre Sochi e Israel ou Egito.   

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