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Papa Francisco confessa em livro que já teve namorada e que às vezes dorme durante as orações

Será lançado no início de abril "Dos Pobres ao Papa, do Papa ao Mundo", um livro realizado a partir de uma série de perguntas feitas ao sumo pontífice por pessoas do mundo todo. O projeto, iniciativa de uma associação francesa, traz revelações sobre o passado e a personalidade do sumo pontífice.

O papa Francisco faz revelações em livro criado a partir de perguntas enviadas pela população.
O papa Francisco faz revelações em livro criado a partir de perguntas enviadas pela população. AFP - VINCENZO PINTO
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“O que você perguntaria ao papa e ele estivesse na sua frente?” Essa foi a questão enviada pela ONG francesa Lazare a associações dos cinco continentes, que distribuíram a tarefa entre pessoas em situação de pobreza em vários países: desde moradores de comunidades do Brasil, até sem-teto dos Estados Unidos, passando por precários da Índia, ou habitantes de zonas periféricas do Irã ou de Madagascar.

A partir de cerca de mil perguntas, uma centena foi escolhida, dividida em temas como riqueza, injustiça ou paz. Em seguida, o sumo pontífice aceitou responder as questões, cujas respostas são publicadas agora, em forma de um livro, lançado em três idiomas (francês, italiano e alemão).

Sem rodeios, o papa responde às perguntas mais concretas, como “quanto você ganha?”, até questões sobre sua personalidade, como “quais são os seus defeitos”. Segundo Pierre Durieux, secretário-geral do sumo pontífice, Francisco "ouviu todas as perguntas, sem exceção, e respondeu de forma transparente, respeitando as regras do jogo, apesar de sua agenda carregada”.

"Nós demos a ele um pequeno sino para os casos em que não quisesse responder. Nunca o usou", disse Loïc Luisetto, diretor do Lazare, que descobriu um "homem simples, próximo do povo, com um humor incrível".

Sonhador e impaciente

Jorge Mario Bergoglio, que se definiu no livro como um "sonhador", admitiu que "às vezes adormece durante a oração”. Ele contou momentos do seu cotidiano, falou da sua família, e de sua vida antes de se tornar religioso. Entre uma resposta e outra, ele fala até sobre uma namorada que teve antes de entrar no seminário.

Mas também falou de futebol, sua paixão, e admitiu que nunca foi bom jogador. Por essa razão, na juventude era sempre escolhido como goleiro. “Me diziam que eu tinha os dois pés no mesmo sapato", se diverte.

Entre os detalhes pitorescos do livro, o pontífice argentino disse que ainda se recusa a usar calças brancas sob a batina, como é tradição. "Não sou um vendedor de sorvete!", brinca.

O papa também falou sobre sua vocação como sacerdote e até dos dias antes de sua eleição, em 2013, quando escolheu o nome Francisco inspirado em São Francisco de Assis, o santo dos pobres.

"Me dói que homens da Igreja, padres, bispos, cardeais, dirijam carros de luxo e se tornem testemunhos negativos", admitiu Francisco, que muitas vezes critica os excessos do capitalismo e as desigualdades. Ao ser questionado sobre seu salário, não titubeou: "Eu não ganho nada. Nada mesmo! Me alimentam e, se preciso de alguma coisa, peço", disse.

"Sou uma pessoa impaciente (...) Às vezes tomo decisões com pressa, com alguma autossuficiência", também confessou o papa jesuíta, de 85 anos, segundo a versão francesa do livro.

(Com informações da AFP)

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